Luís Castro prefere não comentar os processos instaurados pelo Conselho de Disciplina da FPF a Gabriel Tomás Marques Lourenço Lopes e Bruno Miguel Gonçalves Lopes, jogadores de 10 anos que são reclamados pelo F.C. Porto e Benfica para esta época. Os dois meninos estão a treinar no F.C. Porto, mas o Director-Técnico dos portistas diz não querer «comentar casos particulares». Sem querer falar do Gabriel ou do Bruno, o antigo treinador do Penafiel, reforça ser totalmente contra a polémica sobre a dupla inscrição de jogadores com idade inferior a 14 anos e opta por defender quais são os critérios da formação dos dragões.
«As orientações e princípios emanados do Conselho de Administração são que estão no F.C. Porto os jogadores que sentem prazer em estar connosco. Os jogadores têm de extravasar alegria em treinar e em vestir a camisola do Porto. Para nós o Porto é sinónimo de felicidade e ninguém está connosco obrigado. Ninguém está no Porto contra a vontade, muito menos um menino de 10, 11, 12 ou 13 anos», afirma.
Luís Castro reforça que o fundamental é que estejam no clube os jogadores que querem estar. Se um jogador assinar uma inscrição mas depois decidir que quer ir para outro clube, o F.C. Porto prescinde desse atleta e não reclama pelos seus serviços?: «Claramente. Proporcionamos os melhores treinadores, fatos de treinos, métodos de treino, mas os jogadores que cá estão sentem-se agradados de estarem cá. É obvio que se o jogador se sente bem a jogar no Porto, por variadíssimas razões, temos de lhe dar todo o nosso apoio», responde e prossegue: «Os problemas dos nossos jogadores são vistos como se fossem problemas dos nosso filhos e por isso temos de os defender e damos-lhes toda a ajuda.»
O F.C. Porto está a dar apoio jurídico a Gabriel e Bruno, mas Luís Castro recusa-se a falar sobre estes processos. O Director-Técnico dos portistas opta por generalizar no comentário às polémicas duplas inscrições: «Todos os jogadores registados na FPF pelo Porto foram de uma forma correcta e obedeceram a todas as regras. Para nós o que conta para além das leis é a vontade do jogador. A orientação do Conselho de Administração é que tenhamos jogadores felizes e que transbordem alegria. É preciso todos perceberem que estamos a falar de crianças até aos 14 anos. Isso tem de ser claro na cabeça de toda a gente.»
A realidade diz que não existe consenso, daí a Federação defender que o que conta é a primeira inscrição. Luís Castro defende que todos os processos deixaram de existir caso a FPF tomar uma medida clara: «É simples resolver questões de diferendo deste género. A Federação chama o jogador e os pais e pergunta-lhes é que clube é que o atleta quer jogar. Se não acreditam nos clubes, então perguntem aos atletas e eles decidem.»
«É intolerável que um jogador de tenra idade seja suspenso»
O Campeonato Distrital de Escolas do Porto começa no dia 1 de Novembro e segundo as declarações de João Leal tanto o Gabi como o Bruno podem ser utilizados pelo F.C. Porto. Mas, os regulamentos prevêem que crianças de 10 anos sejam suspensas por assinarem duas inscrições para a mesma época. Luís Castro recusa-se a aceitar que jogadores desta idade sejam suspensos.
«Eu quero crer que a Federação tem capacidade e entendimento para perceber que um jogador de tenra idade não deve ser castigado. É intolerável que um jogador de tenra idade não faça o que mais gosta que é jogar futebol. Não podemos querer promover o futebol proibindo que as crianças o pratiquem», sublinha.
Luís Castro recusa-se a fazer prognósticos para os processos em curso, mas conclui: «Só está no F.C. Porto quem tem qualidade e quem quer cá estar.»