Sérgia Narciso Farrajota, administradora do Banco Privado Português (BPP), apresentou o pedido de demissão do banco, alegando motivos pessoais, apurou esta quinta-feira a agência Lusa.

Fonte oficial do BPP confirmou a entrega na quarta-feira do pedido de demissão e avançou que teve a ver com «razões pessoais».

Quando questionada sobre se já havia indicações relativas à substituição da administradora, a mesma fonte afirmou que «o banco aguarda pela decisão da eventual substituição», que é da competência do Banco de Portugal.

A saída de Sérgia Narciso Farrajota ocorre precisamente quatro meses após a nomeação feita pelo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, que escolheu a equipa liderada por Fernando Adão da Fonseca para acompanhar o plano de salvamento da instituição financeira.

Com a saída da administradora responsável pelas questões jurídicas, e enquanto não é (se for) nomeado um substituto, reduz-se para quatro o número de actuais administradores do BPP.

Para além de o presidente do conselho de administração, Adão da Fonseca, mantêm-se em funções João Gamito de Faria, Carlos Lemos Santos e João Ermida, o último a juntar-se à equipa - no final de Fevereiro.

Por outro lado, fonte oficial do BPP confirmou também a suspensão do pagamento dos salários aos seis anteriores administradores do banco, nomeadamente, Fernando Lima, Paulo Lopes, Paulo Guichard, Salvador Vital, Vítor Castanheira e Guilherme Santos, que já tinha renunciado ao seu cargo.

A decisão saiu da assembleia-geral do BPP, que decorreu a 30 de Março, com a aprovação do accionista único (Privado Holding), num encontro que contou com a presença do presidente do accionista, Diogo Vaz Guedes, do presidente da mesa da assembleia geral do banco, José Miguel Júdice, do presidente do BPP, Adão da Fonseca e do presidente do conselho fiscal, António Pinto Barbosa.

A proposta de suspensão do pagamento dos salários constava do ponto três da ordem de trabalhos, tendo por base a determinação do Banco de Portugal de 20 de Fevereiro, e tem efeito imediato.

Quanto à duração da medida decretada, fonte oficial do BPP esclareceu que «estará em vigor até à cessação da suspensão determinada pelo Banco de Portugal».