A polémica em torno dos valores envolvidos na transferência de Neymar para o Barcelona chegou à justiça. Pablo Ruz, juiz da Audiência Nacional, um tribunal sediado em Madrid mas com jurisdição em toda a Espanha, aceitou uma queixa apresentada por um sócio do clube catalão, Jordi Cases.

O processo visa em concreto o presidente «blaugrana», Sandro Rosell, com base em possível «apropriação indevida» de dinheiro.

No auto é referido um acordo assinado em novembro de 2011, que seria para assegurar a mudança de Neymar para Espanha em 2014, e que contemplava o pagamento de dez milhões de euros à empresa N&N, alegadamente pertencente ao pai e empresário do jogador.

Depois, quando Neymar se mudou efetivamente para Barcelona, o acordo referia que o contrato de 2011 ficava sem efeito, com o emblema espanhol a assumir que não o tinha cumprido, pelo que tinha de pagar 40 milhões de euros, sem descontar os dez milhões do acordo anterior.

De acordo com o auto, isto «pode apontar para um contrato de simulação contratual».

Aceite a queixa, o juiz pede diversa documentação às várias partes envolvidas: Barcelona, Santos e Neymar, claro, mas também a FIFA. Ouvir o próprio Sandro Rosell não é considerado urgente, nesta altura, enquanto se reunem os documentos.

Confrontado com esta decisão da Audência Nacional, o Barcelona já fez saber que vai alegar que Pablo Ruz não pode julgar este caso, por comflito de competências, defendendo que o processo deve ser encaminhado para a Catalunha.