O Maisfutebol desafiou os jogadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. É isso que farão daqui para a frente:

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«Olá a todos os leitores e à equipa do Maisfutebol,

O meu nome é João Ferreira, sou natural da Mealhada e represento actualmente o Servette F.C. (Suiça). Sou guarda-redes, tenho 26 anos e no meio futebolístico sou conhecido por Barroca.

O meu percurso começou quando tinha 12 anos no G.D. Mealhada, onde estive duas épocas. Aos 14 anos fui para a Associação Académica de Coimbra, clube que representei desde o escalão de iniciados até aos juniores.

Chegando ao fim a etapa da formação, as coisas tornaram-se mais complicadas. A passagem para sénior adivinhava-se difícil até porque na altura a aposta na formação não era tão evidente como o é nos dias de hoje.



Depois de júnior passei por clubes como o Vigor da Mocidade (3ª divisão), União Desportiva da Tocha (3ª divisão), Tourizense (antiga 2ª divisão B). Foi uma caminhada longa mas sempre com o objectivo de chegar a uma divisão profissional. Mas enquanto isso não acontecia, graças a educação que me foi transmitida pelos meus pais e ao seu apoio conclui a licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

Após uma boa época no Tourizense, na altura clube satélite da Académica, assinei então o meu primeiro contrato profissional, com duração de dois anos, pela Briosa. Estava cumprido um dos meus objectivos.

A adaptação ao futebol profissional não é fácil e ao longo dessas duas épocas treinava me com o plantel da Académica mas ao fim de semana acabava por jogar no clube satélite, o já referido Tourizense.



Depois de terminado o contrato com a Académica, o meu representante apresentou-me algumas possibilidades. Quando me falou no Servette nem hesitei! Chegado a Genebra em 2011, deparei-me com um clube histórico, segundo clube com mais títulos no país, que acabava de ascender ao primeiro escalão do futebol helvético.

A minha adaptação acabou por ser facilitada uma vez que o treinador era português, mister João Alves (luvas pretas), o director desportivo era o Costinha, e o plantel acabava de ser reforçado com mais dois jogadores portugueses, Roderick Miranda e Carlos Saleiro.

O facto de na cidade de Genebra existirem muitos emigrantes portugueses foi também mais um aspecto que facilitou a minha adaptação.

As condições do clube são boas mas o Inverno é rigoroso. Aliás, o campeonato para nos meses de dezembro e janeiro devido às baixas temperaturas e queda de neve.

Esta época tenho jogado com regularidade e apesar das saudades da família e amigos serem muitas, posso dizer que estou muito feliz pela decisão que tomei. A língua ao início acabou por ser o maior obstáculo mas atualmente já compreendo e falo razoavelmente o francês.

Obrigado ao Maisfutebol pela oportunidade e também a todos aqueles que me têm apoiado ao longo da minha carreira!

Até breve,

João Ferreira (Barroca)»