João Bartolomeu, presidente demissionário da SAD da U. Leiria, em declarações à comunicação social, após a goleada sofrida diante do Feirense (0-4), em jogo que a sua equipa alinhou com apenas oito jogadores:

«O Leiria tem grandes profissionais. Apesar deste campeonato estar todo falseado desde a primeira jornada, não só em relação ao Leiria como outros clubes. Foram todos juntos almoçar a um restaurante, não percebo porque se passa isto. Fico satisfeito por eles, que afinal não passam fome, porque eles foram lá [ao restaurante]. Os jogadores vão ao restaurante, afinal têm dinheiro e isto é grave. Tudo o que se passou vai ter tratamento dos tribunais civis e profissionais. É uma coisa muito grave. Como é possivel haver 80 por cento de salários em atraso no futebol português? Resolveram fazer isto a três jornadas do fim. É necessário saber quem está por trás. Estamos muito tristes porque, infelizmente, alguém tem mão atrás disto. É grave. Como é que é possível? A administração não conhece qualquer rescisão. Só pelos jornais. Tenho tido conhecimento pela imprensa de algumas situações graves. Há muitos talibans em cargos de responsabilidade.»

«Estou muito contente. E com mais cinco juniores continuávamos a ter uma grande atitude frente o adversário. O Leiria convidou todos em grupo para jantar na segunda-feira, para agradecer a prestação em campo.»

«Existem dois atletas que devem ter muito cuidado, e nós não vamos perdoar. E se o povo português souber, vais-se revoltar contra esses atletas».

«Marco Soares é um traidor. Se ele considera que estamos abandonados, não sabe o que é ser abandonado. Vai haver processo criminal contra todos os [jogadores] que rescindirem. Dois em especial. Eu estive aqui 25 anos, nunca aconteceu isto. O Leiria cumpriu os pressupostos, em dezembro entregou tudo ao Fernando Gomes.»

«O Keita é caso de polícia. Levou seis mil euros na mala. Fugiu com o dinheiro e parece que tinha um indivíduo lá fora à espera dele. O dinheiro era relativo às despesas do jogo. Estes [que jogaram] não receberam um euro. Temos grandes profissionais que se sentem injustiçados e traídos, porque eles não vão para esses restaurantes comer tanto.»

[sobre a visita à Luz] «Vamos resolver isto sem precipitações, é um assunto que merece uma reflexão muito séria. Se tivermos de jogar com 8, jogamos. Futebol é para lutar, é para correr e serem grandes profissionais. Quero agradecer ao Benfica e ao senhor Luís Filipe Vieira por não terem caído em pressões para que os atletas [emprestados] não pudessem jogar.»