Kobe Bryant foi homenageado na parede de um prédio de 12 andares e num campo de basquetebol, em Lisboa, num projeto da plataforma Hoopers, a cargo do writer Hélio Bray.

O basquetebolista norte-americano é idolatrado um pouco por todo o mundo, onde tem sido homenageado das mais diversas formas e agora chegou a vez de Lisboa.

«Tínhamos vontade de realizar uma homenagem àquele que é um dos nossos heróis, mais ainda desde a sua morte trágica. Andámos durante muito tempo à procura do espaço certo em Lisboa e acabámos por vir aqui parar porque tinha sido sinalizado pela Galeria de Arte Urbana (GAU) [da Câmara Municipal de Lisboa] o campo e a empena como potencial para realizarmos uma intervenção», contou à agência Lusa o fundador da plataforma comunitária para jogadores e fãs de basquetebol Hoopers, André Costa.

O campo, situado perto da Calçada de Carriche quase na fronteira com Loures e Odivelas, é «histórico», «porque sempre foi frequentado por pessoas de diferentes concelhos, etnias, origens», e representa «um dos valores do desporto» que a Hoopers quer promover, «que tem que ver com o espírito de equipa».

«A grande homenagem é ao Kobe, mas estamos a homenagear também o que é o espírito de equipa e os valores que um lugar como este tem promovido ao longo dos últimos anos», referiu André Costa.

Para eternizar Kobe Bryant no Lumiar, a Hoopers e a GAU desafiaram Hélio Bray, que na altura em que o basquetebolista morreu criou uma peça para um familiar deste, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

«Quando surgiu este projeto foi a cereja no topo do bolo e senti, logo à primeira, que o deveria fazer», disse Hélio Bray à Lusa.

O norte-americano é uma figura que inspirou o writer português, de 36 anos, desde a adolescência, e «dar continuidade» ao trabalho que fez em Los Angeles, sobre uma pessoa que «inspirou tantos jovens e continua a inspirar» é uma «satisfação pessoal».

Hélio Bray dividiu o trabalho em três partes: o campo de basquetebol, a lateral das escadas de acesso a um prédio, e a empena do edifício de 12 andares.

No centro do campo, Hélio Bray pintou dois círculos, figura que utiliza frequentemente nos seus trabalhos, que juntos fazem um 8, número que Kobe Bryant utilizou e que deitado é o símbolo do infinito.

«Com os dois círculos consegui reproduzir o 8 da camisola dele, com a assinatura dele no centro do campo. É uma forma de o eternizar, se é que seja necessário», referiu.

No primeiro balcão, Hélio pintou uma expressão «muito forte, que o Kobe sempre utilizou: 'no excuses' ['sem desculpas', em português]». 

A pintura na empena do prédio tem Kobe Bryant como figura central, mas como o basquetebolista sempre promoveu o espírito de equipa, com ele foram também retratados «os outros quatro magníficos dos Los Angeles Lakers»: Pau Gasol, Derek Fischer, Shaquille O’Neal e Robert Horry.

Este projeto fez com que Hélio Bray, que começou a pintar no final da década de 1990, trabalhasse pela primeira vez numa «escala tão grande».

Para preparar o trabalho criou uma maquete, com 1,40 metros de altura, que pintou à mão. «Foi tudo mapeado e projetado à escala, passado dos 1,4 metros para 52 metros», contou.