Peskovic
De repente, todos perceberam que aquele nome parecia estranhamente familiar. Noutras noites, uma noite em particular, Peskovic arrancou aplausos valentes à massa adepta do Benfica. Bem perto do Estádio da Luz, percorrendo centenas de metros na Segunda Circular, o guarda-redes da Académica segurara um gigante nulo no reduto do vizinho Sporting. Dessa vez, Peskovic roçou a perfeição. Frente ao Benfica, só não fez o que não foi preciso, agradecendo o contributo dos ferros da sua baliza para travar as investidas encarnadas.
Tiero
Transporta a alegria africana nos pés, transmite brilho e cor com o seu futebol e as chuteiras verdes, verdes florescentes, ainda mais vivas que aquele verde insosso. Tiero é assim, um sorriso em forma de jogador de futebol. Mistura-se com a força laboral de Dominós Paciências mas distingue-se por aquele jeito de artista, aquela irreverência de um talento em bruto. Desta vez, porém, decidiu acrescentar mais uma valia ao seu currículo: eficácia no jogo aéreo. Boa antecipação no primeiro canto da Académica, estreando-se a marcar na Liga 2008/09.
Aimar
E assim, vinda não se sabe bem de onde, surge uma exibição à medida do estatuto de Pablo Aimar. Custa, a qualquer amante do bom futebol, vê-lo ali, escondido no flanco esquerdo, desesperado por fugir para a zona onde tudo acontece. Contudo, beneficiando de progressiva adaptação às funções atribuídas por Quique, Aimar vai ganhando confiança e liberdade de movimentos. Frente à Académica, parecia um jovem redescobrindo o seu futebol. Assistiu, atirou ao ferro, até apareceu qual finalizador a cabecear para o golo, mas o lance foi anulado. Antes, logo no início da partida, surgiu isolado a correr para a felicidade, sendo travado por um fora-de-jogo tirado em erro. Valeu pela abnegação.
Nuno Piloto
O jogador que também é investigador esqueceu a polémica causada pelas suas declarações e assinou uma exibição extremamente inteligente no relvado do Estádio da Luz. É doutor, pois claro. Quem diz agora que não tinha a sua quota de razão?
Maxi Pereira
Nem é preciso escrever muito. Já calou todos os críticos. Atitude não lhe falta.
David Luiz
Voltou ao lado esquerdo e parece sentir que tem Via Verde quando foge do centro. Só pensa em atacar, atacar, atacar. Leiam as entrevistas à chegada e recordem as palavras de David Luiz. «Não gosto de complicar, resolvo as jogadas de forma simples, se for preciso alivio para fora». Foi qualquer coisa como isto. Agora, são fintas, arrancadas, temporizações, tabelas, remates em arco, em força, em vontade e até raiva. Foram quatro, quatro ameaças de golo, qual avançado em duelo particular com Peskovic. Empolga a atacar. Sem dúvida. Mas na primeira vez em que aproveitou o espaço nas suas costas, a Académica marcou. David Luiz subira, Miguel Pedro surgiu em corrida, Miguel Vítor foi à dobra e cedeu canto. O resto da história é conhecida.
Sidnei
Destaque pela negativa num Benfica infeliz. Para aqueles que reclamavam a montanha de dinheiro encostada ao banco de suplentes, esta exibição de Sidnei acaba por justificar, quanto baste, a opção de Quique Flores. Pouco agressivo na abordagem aos lances defensivos, tentou demasiados passes longos, precisamente no jogo em que o Benfica apresentou dois médios na zona central com capacidade de construção. Subiu bem nos lances de bola parada, mas não chega para a nota positiva.