No dia em que Arsénio marcou três golos e em que Rogério ganhou a sua sexta Taça de Portugal, a figura, unanimemente destacada em toda a imprensa desportiva da época, acabou por ser outro jogador encarnado, Ângelo, de seu nome, um jovem que se estreara essa mesma temporada no Benfica, começando por fazer os primeiros jogos na equipa reservista até se impor definitivamente na principal formação da Luz. «Ângelo fez o jogo da sua vida», chegou a escrever A Bola, para ilustrar uma exibição muito elogiada.
Colocado sobre o meio-campo, o jovem jogador, escreveu-se na altura, foi de uma consistência defensiva notável. Sem grandes correrias, sóbrio, serviu-se do bom posicionamento e leitura de jogo para se transformar numa muralha imensa, que permitiu ao Benfica recuperar bolas em catadupa e jogar mais perto da área portista. Revelou uma tranquilidade impressionante na hora de se libertar da bola, jogando rápido, com passes cerebrais e aberturas fantásticas, as quais serviram várias vezes os avançados para jogadas de perigo que fizeram brilhar Barrigana, o guarda-redes do F.C. Porto, o outro grande destaque da tarde.