21 Agosto de 1983. Uma das vitórias mais saborosas do Benfica em finais da Taça de Portugal com um triunfo sobre o F.C. Porto em pleno Estádio das Antas com um tiro fulminante de Carlos Manuel. Foi o culminar de uma longa história que se arrastou ao longo de todo o Verão, com o F.C. Porto a manter-se irredutível quanto ao palco da final e o Benfica a fazer finca-pé em sentido contrário.
A final acaba por realizar-se apenas no princípio da época, em finais de Agosto, depois do Benfica ter conquistado o campeonato e chegado à final da Taça UEFA no primeiro ano da era de Sven-Goran Eriksson. Os encarnados apresentaram-se debilitados sem poder contar com os lesionados Chalana e Humberto Coelho e o técnico sueco acabaria por surpreender ao apostar em Veloso para o lado esquerdo do meio-campo em detrimento de Shéu ou Diamantino.
O Estádio das Antas engalanou-se com 40 mil espectadores, a maioria de azul, para uma festa há muito anunciada. Entrou melhor a equipa de Pedroto, com uma boa circulação de bola e assumindo a iniciativa do jogo. No entanto, os azuis-e-brancos nunca conseguiram tirar proveito da sua melhor ala, a direita, onde Veloso se apresentou muito concentrado a tapar todos os caminhos a Jaime Magalhães e Jacques.
O golo decisivo chegou cedo, aos 20 minutos, na sequência de uma excelente abertura de Stromberg para Carlos Manuel, na zona frontal, ainda fora da área, rematar forte, com a bola a desenhar um arco e a enganar Zé Beto que se lançou tardiamente ao lance.
A partir daí a história do jogo resume-se a poucas linhas, uma vez que a qualidade do jogo nunca chegou a entusiasmar: o Benfica fechou-se a sete chaves na defesa da magra vantagem, com Veloso a levar a melhor sobre João Pinto, Pietra e José Luís em bom plano e um Bento enorme entre os postes.
A época acabou tarde, mas o Benfica acabou por fechá-la com chave de ouro, na conquista da oitava «dobradinha».