A figura: André Gomes
De longe a melhor exibição na equipa principal do Benfica, por parte deste médio que tanto promete. Muitas vezes acusado de falta de intensidade, entrou no espírito do clássico e mostrou enorme garra, mesmo ainda antes da equipa ficar em inferioridade numérica. E depois falar do golo é falar de um momento genial, um pormenor de craque, a tirar Fernando do caminho e depois a fuzilar Fabiano com a serenidade que lhe é habitual.

Positivo: Salvio
Não fora o momento genial de André Gomes, a decidir a eliminatória, e Salvio talvez fosse o melhor em campo. Assustou Fabiano logo aos quatro minutos, com um remate ao lado, mas pouco depois apareceu bem ao segundo poste, com uma bela impulsão, a empatar a eliminatória, e depois ainda sofre a grande penalidade que renova a esperança encarnada. Aqui e ali agarrou-se demasiado à bola, mas isso acaba por ser mais uma prova da forma confiante com que encara os jogos, nunca acusando o ambiente.

Negativo: Siqueira
Ainda que o primeiro cartão amarelo seja discutível, um jogador já admoestado não pode protagonizar uma entrada como a do brasileiro, já depois de Quaresma ter passado a bola. A meio-campo, sem qualquer necessidade.

Outros destaques:

Rodrigo
Foi a sua mobilidade e irreverência a baralhar as marcações do FC Porto na fase inicial do encontro, quase como que a assumir o estatuto de líder da reviravolta necessitada. Aos quatro minutos apareceu na esquerda a cruzar, para desvio de Salvio ao lado; aos 17 surgiu entre linhas, na zona central, para depois abrir em Gaitán na esquerda, que cruzou para o golo de «Toto». Com a expulsão de Siqueira e a saída de Cardozo passou a jogar sozinho na frente, com a equipa em inferioridade numérica, e a influência caiu com alguma naturalidade. Ainda assim aos 60 minutos roubou a bola a Reyes e embalou para a baliza, mas já dentro da área optou por uma finta sobre Mangala e escorregou. Pouco depois cedeu o lugar a Lima.

Enzo Pérez
Aos poucos foi percebendo que o suporte de André Gomes lhe davam tranquilidade para fazer as habituais arrancadas, a empurrar a equipa para a frente. Muitas vezes foi ele a dar um murro na mesa, quando a equipa a equipa parecia abatida pela desvantagem numérica. Foi esse sinal de esperança que deu também na conversão da grande penalidade, com Jesus a exigir que fosse ele a marcar, e não Rodrigo, que tinha agarrado a bola.

André Almeida
Chamado a frio ao jogo, por força da expulsão de Siqueira, o camisola 34 até entrou bem no jogo, mas na segunda parte denotou claras dificuldades. Falhou no lance do golo portista, concedendo enorme liberdade a Varela, e revelou ainda mais um ou outro momento de intranquilidade.