Foi na liderança que o Benfica terminou a primeira volta e é na liderança que inicia a segunda. A vitória sobre o Gil Vicente parece fácil a avaliar pelos números mas não foi. O «fantasma» de Barcelos amedrontou a Luz, mas Aimar saiu do banco para o espantar. Depois de três goleadas consecutivas no campeonato, o Benfica ficou por uma vitória difícil na Luz mas não faltaram aplausos no final. O Gil Vicente não vence desde 27 de Novembro.

O Benfica entrou em campo no segundo lugar (conhecida a vitória do FC Porto sobre o V. Guimarães e que recolocou, provisoriamente, os dragões na liderança), mas não foi por isso que se apresentou mais veloz, agressivo ou pressionante que o adversário. Mesmo com Rodrigo e Cardozo (os goleadores da equipa) de início, dupla que esteve em dúvida até ao dia do jogo.

De bola parada o Benfica passou para a frente do marcador, de bola parada o Gil Vicente empatou. Um Galo, literalmente, com que os encarnados não contavam, sobretudo a poucos minutos do intervalo, e que castigou a passividade da defesa encarnada.

Foi, assim, aliás, que surgiu a primeira oportunidade do encontro. Confusão na área, Emerson facilitou, Rodrigo Galo ganhou a luta com Garay para assistir Richard e Luisão cortou o remate, estavam decorridos 14 minutos.

O Gil não teve medo na Luz e o Benfica sentiu dificuldades em encontrar o caminho da baliza. Uma soberba jogada de Rodrigo pela esquerda esteve muito perto de abrir o marcador, Cardozo estava no sítio certo mas cabeceou sobre a trave. Seis minutos depois, Nolito ganhou um livre na esquerda, o próprio se encarregou de marcar e a assistência foi direitinha à cabeça de Cardozo, que, sem oposição, não desperdiçou a oportunidade. 27 minutos, tudo parecia correr bem.

Mas o Benfica não conseguiu impor-se como tanto gosta. E sofreu. Um canto na esquerda deu lugar a canto na direita, após alívio de Emerson. Richard bateu, Artur afastou com os punhos e, de fora da área, Rodrigo Galo empatou.

Aimar espantou «fantasma» de Barcelos

O descanso não refrescou as ideias, mas estimulou os visitantes. Com a imagem sempre presente do 2-2 da primeira mão, depois de estarem a perder por dois golos, o Gil Vicente agarrou-se ao empate para projectar a vitória. Do Benfica esperava-se outra reacção, mas foi o Gil que começou por criar perigo.

Só uma grande defesa de Artur, aos 47 minutos, evitou que os minhotos passassem para a frente. Um ressalto em Luisão isolou Hugo Vieira, mas o guarda-redes foi muito rápido a fazer a mancha e a segurar um empate que estava longe de servir as contas do Benfica.

E, por isso, Jorge Jesus mexeu, aos 57 minutos. Com o «fantasma» de Barcelos à solta, o treinador tirou o apagado Gaitán para a entrada de Aimar, também ele recuperado de lesão e em dúvida até ao dia do encontro.

Pouco depois, um livre indirecto de Rodrigo Galo chegou a ameaçar a baliza de Artur, mas a oportunidade foi desperdiçada, com um disparo muito ao lado.

Jesus voltou a arriscar e tirou Javi García para a entrada de Bruno César, a 20 minutos de fim. O arrojo compensou nos minutos seguintes. Com mais atacantes em campo, o Benfica finalmente superiorizou-se e deitou por terra a estratégia adversária.

Seguiu-se o golo da vantagem e nova confirmação, ambos com Aimar em grande plano. Primeiro na assistência para Rodrigo, cuja bomba ainda desviou num defesa antes de entrar na baliza. E depois, o próprio argentino encarregou-se de marcar, assistido por Nolito.

Não houve goleada para os mais de 43 mil adeptos na Luz, mas, certamente, não faltarão motivos para regozijo. O Benfica recuperou a liderança.