José Veiga voltou a afastar-se do Benfica depois de ter ficado de fora do processo que levou à saída de Simão para o Atlético Madrid e das contratações mais recentes do clube da Luz na Argentina. O antigo empresário já não era funcionário do clube desde que se demitiu do cargo de director-geral para o futebol em Novembro de 2006, mas tinha voltado a colaborar com o clube esta temporada, nomeadamente nas contratações de Cardoso, Bergessio, Zoro e Butt.
Trata-se, assim, de um segundo adeus, depois de um primeiro mais institucional a 14 de Novembro de 2006, quando Veiga se demitiu dos cargos que exercia no clube depois de a TVI ter divulgado imagens de um arresto (ordem judicial) aos seus bens pessoais.
Em causa estava uma verba de cerca de um milhão de euros que era reclamada por um banco luxemburguês. Cinco dias depois o processo complica-se quando José Veiga é detido para ser ouvido pelo Tribunal de Instrução Criminal por alegadas irregularidades na transferência de João Pinto para o Sporting em 2000. O mediático caso arrasta-se até meados de Abril deste ano, com trocas de acusações entre o Sporting e o antigo empresário, altura em que José Veiga foi ilibado da suspeita de abuso de confiança.
Realção difícil
As portas da Luz voltavam a abrir-se, mas o seu regresso institucional foi travado por Luís Filipe Vieira, que aceitou apenas uma colaboração enquanto todos os casos fiscais não estivessem resolvidos junto da justiça. A nova relação de Veiga com o Benfica nunca foi muito clara, mas o presidente do Benfica, numa entrevista à RTP, no passado dia 12, deixou claro que Veiga não era «funcionário» do clube, mas apenas um colaborador.
«A minha vida não me permite deslocar à Argentina para contratar jogadores. José Veiga pode ter os seus defeitos, mas é um bom profissional, uma pessoa com valores e que tem sido útil ao Benfica», referiu então o presidente dos encarnados admitindo apenas um regresso de Veiga depois de este «resolver os seus problemas de ordem fiscal».
José Veiga tinha chegado à Luz em 2004, já no ocaso da sua carreira como empresário, pela mão de Luís Filipe Vieira para assumir o cargo de director-geral. A polémica provocada pelo seu passado com uma forte ligação ao F.C. Porto desvaneceu-se com os bons resultados que conseguiu no primeiro ano. O Benfica voltou a ser campeão, onze anos depois, com um treinador escolhido por Veiga ¿ Giovanni Trapattoni.
O dirigente ficou ainda ligado ao regresso de Nuno Gomes à Luz e às contratações do avançado Miccoli e dos treinadores Giovanni Trapattoni e Ronald Koeman, além do permanente conflito com Pinto da Costa e F.C. Porto.