O Benfica não convence, mas é líder da Liga, à condição, depois de ter vencido este sábado o Estoril, por 1-0, num jogo a contar para a oitava jornada do campeonato.

Uma semana depois da vitória ante o FC Porto, os encarnados ultrapassam a ressaca da derrota europeia em Milão e regressam aos triunfos, de cabeça... mas com o coração.

Tengstedt, a grande surpresa de Schmidt

Na Amoreira, as surpresas começaram ainda antes do apito inicial, no onze do Benfica.

Roger Schmidt havia prometido, há algumas semanas, que este ano ia fazer um outro tipo de gestão do plante e ei-la: depois dos difíceis desafios frente a FC Porto e Inter, o técnico encarnado promoveu seis alterações face ao encontro de Milão.

Caspert Tengstedt, em estreia no onze inicial, foi a maior surpresa e pode dizer-se que foi ele também um dos elementos em maior destaque na primeira parte das águias.

Isto porque, à falta de uma maior competência em ataque posicional, foi através da profundidade oferecida pelo jovem dinamarquês que o Benfica mais estragos causou à baliza esta noite defendida por Volnei.

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Foram uma, duas três oportunidades que Tengstedt – que até mostrou bons pormenores – falhou. E isso condenou a equipa de Schmidt ao empate ao intervalo.

Do outro, diga-se, também não só paisagem. O Estoril tem talento suficiente na frente para pôr qualquer defesa em sentido, e este sábado não foi exceção. Principalmente por Guitane, e porque o Benfica também continua a mostrar muita debilidade na transição defensiva, os canarinhos também foram tendo algumas aproximações à baliza de Trubin.

Estoril avisou primeiro

Na segunda parte esperava-se que o nível do Benfica, mais obrigado a ir em busca do golo, subisse, mas continuámos longe de ver uma águia inspirada.

Elementos como David Neres e João Mário foram perdendo preponderância com o passar do tempo, castigados fisicamente, e os problemas da primeira parte persistiam. Pouca capacidade em ataque posicional e muita dificuldade em transição defensiva.

Por isso, a primeira grande oportunidade do segundo tempo até foi do Estoril, num contra-ataque que terminou com um remate ao poste de Heriberto. O aviso foi dado, mas também não teve outras repercussões.

António Silva, cabeça e coração a duplicar

Sem inspiração, teve de ser com o coração.

Primeiro, foi Otamendi, já aos 88 minutos, a falhar a bola com tudo para fazer o golo. O Benfica reforçava a crença, aumentava a presença na área, e foi o outro central a ter cabeça para a vitória: António Silva, duas vezes.

Primeiro, com o golo aos 90+3 minutos. Depois, no último lance do jogo, o jovem defesa impediu o golo do empate com um grande corte de cabeça, após um remate de Vital.

Lá está: de cabeça, mas com o coração.