Em véspera de jogo na Luz, a actualidade do Benfica é dominada por duas polémicas entrevistas dadas por Sabry e Marchena. José Mourinho não deixou de comentar as afirmações do egípcio deixando o recado. «Isto é o Sport Lisboa e Benfica, não o PAOK Salónica». Revelou ainda que Marchena lhe garantiu que «o conteúdo da entrevista não corresponde à realidade» e «que está a 100 por cento para o jogo de amanhã frente ao Farense». O defesa irá, segundo o treinador, desmentir na próxima semana conteúdo da entrevista.  
 
Quanto ao médio, José Mourinho, fez uma análise minuciosa da entrevista dada ao jornal «A Bola» e respondeu ponto a ponto às acusações do jogador. O treinador desmente Sabry quando este diz que o deixa à margem e que nos últimos jogos esteve no banco: «Desde que cá estou, em sete jogos foi titular em quatro e esteve três no banco. Amanhã iria ser titular e ele sabia-o porque nos treinos à porta fechada trabalhámos com a equipa que iria jogar.» «Iria ser titular, mas já nem para o banco vai», diz José Mourinho, ressalvando no entanto que não é vingativo e que esta é uma situação reversível.  
 
O técnico fala sobre os defeitos do egípcio e aponta-os como factores que poderiam levar um treinador a não gostar de um atleta: «Não é fácil gostar de um jogador que tem uma média absurda de foras-de-jogo por encontro, que não sabe que quando a bola está em posse do adversário do lado contrário ele tem de fechar o espaço. Não sabe o que é a ocupação posicional e a ocupação equilibrada do espaço. Que contra o Halmstads, Belenenses e o Boavista esteve três vezes na cara do guarda-redes e não fez um golo. Ao intervalo, quando sou um bocadinho mais agressivo, vai fazer queixas ao secretário-técnico, dizendo que sou muito agressivo e que tem medo de mim.»   
 
José Mourinho continua a lista de críticas ao jogador desmentindo as declarações de Sabry quando diz que o técnico não fala com ele. O treinador refere que teve sete reuniões individualizadas com o atleta «três das quais nos últimos quatro dias». «Ele não gosta é do que lhe digo», acrescenta.   
 
Sabry queixa-se que não rende a jogar apenas 20 minutos e diz não jogar na sua verdadeira posição. Mourinho recorda que a única partida em que jogou 20 minutos foi no encontro com o Paços de Ferreira, «onde por sinal, demorou oito minutos a preparar as botas e caneleiras», diz o técnico. «Nesse dia podia ter jogado 28 minutos e provavelmente nesse período teria mais tempo para fazer o que não fez em 20», concluiu.   
 
José Mourinho diz que a posição que Sabry quer ocupar não é aquela em que mais rende. Para o treinador «um jogador número 10 tem de ter uma cultura táctica elevada e fazer o elo entre a defesa e o ataque», mas não para a equipa contrária já que para Mourinho, Sabry «é um homem que dá bolas ao adversário».   
 
Acrescenta que nas últimas reuniões que manteve com o jogador Sabry lhe disse que queria jogar na posição de Dani, Poborsky ou então que retirasse Dani para colocar um jogador na esquerda para que pudesse jogar no centro do terreno. Mourinho é peremptório: «Enquanto aqui estiver quem manda sou eu e o único a quem dou legitimidade para me influenciar chama-se Carlos Mozer».  
 
Sobre a contratação de Marques o treinador deixa os comentários para Dezembro quando o jogador já fizer parte do plantel. Quanto ao jogo de amanhã José Mourinho recusa-se a falar da sua equipa confirmando apenas a inclusão de Dani, Calado e Van Hooijdonk e a saída de Sabry dos convocados. Aconselha os seus jogadores a terem «calma e tranquilidade que a vitória vai chegar». Refere que os algarvios «defendem muito e bem» e «não pensam apenas em ganhar, mas também em enervar e não sofrer golos».   
 

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