Rafael Benitez, treinador do Liverpool, exigiu que a FIFA altere os seus regulamentos e que o clube inglês seja compensado pela grave lesão (perna partida) que o avançado Djibril Cissé sofreu ao serviço da selecção francesa num jogo de preparação para o Campeonato do Mundo.
Estava tudo encaminhado para que Cissé fosse vendido no final da temporada, mas as negociações foram abortadas devido à grave lesão que afastou o avançado do Mundial-2006. O Liverpool contratou Cissé ao Auxerre em 2004 por 27,655 milhões de euros e, agora, Benitez receia que o clube de Anfield não seja compensado por uma lesão que o jogador sofreu ao serviço da selecção do seu país.
«Quando falei com os técnicos da UEFA numa reunião na época passada, este foi um dos assuntos importantes que levantei. Nesta situação, temos um jogador que custou muito dinheiro ao Liverpool e que se lesionou na preparação para o Campeonato do Mundo. Agora temos de ver os custos. Temos salários para pagar e também não podemos vender o jogador», destacou o técnico espanhol.
Benitez pretende que a FIFA altere os actuais regulamentos e que no futuro acautela uma forma de compensação para situações similares. «É claro que há um problema nos regulamentos. Como clube, não perdemos só um jogador, perdemos também muito dinheiro. Acho que a FIFA e as federações deveriam compensar os clubes nestas situações. A FIFA é uma organização saudável e faz muito dinheiro com o Campeonato do Mundo. Deveria ter um seguro sobre os jogadores que vão participar. Se não estiverem preparados para pagar, tudo bem, talvez os clubes possam dizer que os jogadores não podem jogar», acrescentar.
O porta-voz da FIFA, Andreas Herren, reagiu às declarações do técnico espanhol, referindo que a FIFA registou o «protesto», mas não vai comentar casos individuais. O órgão máximo da FIFA já tem em mãos um conflito com o clube belga Charleroi que apresentou uma queixa junto do Tribunal Europeu de Justiça na sequência de uma lesão de um dos seus jogadores, Abdelmajid Oulmers, que regressou lesionado depois de um jogo ao serviço da selecção de Marrocos.
Uma «guerra» que já levou a UEFA e outras quatro confederações continentais, bem como 49 federações, a declararem o seu apoio à FIFA, enquanto o G-14, grupo que engloba os maiores clubes europeus, se colocou ao lado do Charleroi.