A rivalidade habitual entre dois clubes acostumados a lutar por um lugar na Europa tem, este ano, um episódio bem diferente das últimas épocas. O Guimarães já não consegue intrometer-se nos primeiros lugares, assim como o Boavista está a conseguir manter a liderança do campeonato. Tudo é diferente. 

Mas, pelo menos para os jogadores axadrezados, o simbolismo não desapareceu. Quevedo assegura, mesmo, que o desafio da próxima segunda-feira «terá um ambiente um bocadinho pesado», porque os sócios vimaranenses «são sempre muito efusivos». Ainda para mais numa altura em que a equipa não pode perder, pois poderá voltar a cair nos lugares de descida. 

O defesa francês esteve envolvido directamente num dos episódios quentes que marca a rivalidade entre os dois clubes. Há duas épocas, o Boavista venceu por 3-2 no Estádio D. Afonso Henriques com um golo decisivo de Quevedo a poucos minutos do final e com o protesto do Guimarães, que reclamou fora-de-jogo. O jogador considera que «já ninguém se vai lembrar desse facto, porque o que importa é o presente». 

Sobre a importância deste jogo para os axadrezados, Whelliton não tem dúvidas que é proibido perder pontos, por isso «tem de ser feita a pressão logo na fase inicial para marcar cedo». Na perspectiva do avançado brasileiro, que deverá regressar à equipa depois de um jogo de castigo, «vai ser um jogo aberto», pois o Vitória «está numa fase em que também precisa somar pontos». 

O factor pressão poderá ser, aliás, fundamental e quem souber lidar com ele da melhor forma deverá alcançar o triunfo com menor dificuldade. Na perspectiva de Quevedo, «em todos os jogos existe pressão, mas é claro que agora isso é um assunto mais falado, porque aproxima-se o final do campeonato». 

Em termos mais particulares, o francês promete que vai «continuar a trabalhar para segurar o lugar» no lado esquerdo da defesa, depois de Quevedo ter apenas perdido a titularidade no jogo do passado fim-de-semana. «A equipa tem a melhor defesa e ele esteve em 24 ou 25 jogos, por isso só pode ter feito bom trabalho. Só que, neste plantel ninguém pode facilitar e uma lesão ou quebra de forma pode ser decisiva para afastar um jogador do ¿onze¿».