Ele já disse que sim, que provavelmente sim. Que 2016 foi o melhor ano que teve e que por isso, nesta segunda-feira, foi anunciado, melhor dizendo, confirmado como o vencedor da Bola de Ouro, agora em exclusivo da France Football, novamente.

Os títulos de campeão europeu, por clube e país, anunciaram o troféu individual. Sobretudo aquele que Cristiano Ronaldo levantou em França, como capitão de Portugal. Mas terá sido 2016 o melhor ano de CR7, individualmente, como ele dissera também?

O ano teve vários momentos para Ronaldo, alguns absolutamente fantásticos, como seria de esperar. No total, o internacional português apontou 51 golos em 55 jogos: 38 pelo Real Madrid, 13 pela seleção.

A importância dos golos do português sublinhou-se não tanto pela quantidade, mas sim pelos momentos-chave em que alguns deles apareceram.

Os golos sempre definiram Cristiano Ronaldo. E alguns de 2016 definiram-no mais do que outros. Listamos os principais, antes de tentarmos responder à pergunta do título.

17 de fevereiro de 2016

Roma. Uma cidade eterna para um ídolo de sempre. Ronaldo já fora fantástico na capital de Itália e em 2016 tornou a sê-lo. Nos oitavos de final da Liga dos Campeões, o madeirense disparou um golo fundamental para apurar o Real Madrid para a fase seguinte. A vitória fora foi confirmada no Bernabéu, com Ronaldo a faturar de novo.

2 de abril de 2016

Barcelona. Mais do que habituado a marcar em campo rival, Cristiano Ronaldo volta ao palco de Lionel Messi para novo confronto na Cidade Condal. O Barça lidera a Liga, mas um golo do internacional português garante um triunfo ao Real Madrid reduzido a dez unidades. E que não vence a Liga no final, mas que vai ao debate até ao último argumento, pois ficou a um ponto.

12 de abril de 2016

Chamartín. Sem esta noite, Ronaldo não teria mais uma Bola de Ouro. O Real Madrid tinha perdido na Alemanha, por 2-0, e a qualificação para as meias-finais da Champions estava em sério risco. Com um hat-trick, concluído de livre, Cristiano Ronaldo foi o protagonista da remontada frente ao Wolfsburgo. Atirou os adeptos para a euforia e a equipa para duplo confronto com o ManCity.

28 de maio de 2016

Milão. Um pontapé gigante para qualquer futebolista, um chuto para Cristiano Ronaldo. Da marca de penálti, no desempate, o madeirense atira para golo e o Real Madrid conquista a Liga dos Campeões Europeus ao rival Atlético. Ronaldo metia uma das mãos no troféu da France Football.

22 de junho de 2016

Lyon. A Champions League está no bolso, Portugal joga o Euro 2016, mas a qualificação para os oitavos de final está longe de ser ato consumado. A Hungria vence Portugal por 1-0, depois 2-1 e ainda 3-2. Vai dando fortes golpes na confiança lusa. Mas Ronaldo tem disso para dar e vender e é o capitão que resgata por três vezes a seleção, com uma assistência e dois golos, na mais louca e fantástica aventura futebolística que o país vai viver.

6 de julho de 2016

Lyon. Palco repetido, agora para as meias-finais. Gales é a sensação do torneio, Gareth Bale é adversário por uma vez, mas assim que Ronaldo salta por cima do muro galês e faz 1-0 sentiu-se que Portugal ia mesmo à segunda final de um Campeonato da Europa em toda a história que tem.

10 de julho de 2016

Paris. Sim, teremos sempre Paris. É mesmo verdade. Mas tivemos muito pouco de Ronaldo em campo, no jogo de todos os jogos. Uma entrada de Payet retira o capitão da final, mas o que se viu lá para o fim foi uma imagem que nunca se vira do madeirense. A ansiedade, os gritos, o nervosismo. A liderança também. Ronaldo influenciou a final por ausência e aquelas imagens influenciaram os votantes também. Ou alguém duvida?

14 de setembro de 2016

Chamartín. A lesão do Europeu afastara-o por muito tempo, mas em setembro o internacional português já está de volta. Tinha feito um golo ao Osasuna na vitória por 5-2, mas ainda lhe faltava marcar com estrondo o regresso. Fê-lo de livre, mais uma vez a resgatar a própria equipa, agora frente ao Sporting no reencontro com o emblema de Alvalade. Ronaldo estava de volta, com certeza.

19 de novembro de 2016

Arganzuela. Ronaldo estava de volta, com certeza, mas com o regresso da discussão na Liga Espanhola ainda havia a possibilidade de alguém estar com dúvidas. Um hat-trick de CR7 acaba com elas e fecha o dérbi no Vicente Calderón, que pela última vez assiste a um Atlético-Real Madrid. Ponto final na discussão.

Ele não foi melhor em…2013, por exemplo?

Ronaldo nunca foi campeão Europeu por Portugal noutro ano, é óbvio. E apenas noutras duas vezes venceu a Liga dos Campeões. Em 2008 também foi Bola de Ouro e o mesmo sucedeu em 2014. Mas se retirarmos os troféus coletivos, terá sido este o melhor ano do português? Recorre-se a números para retirar subjetividade à análise.

O primeiro grande ano de Ronaldo foi 2008. 35 golos e 11 assistências em 58 jogos por Portugal e Manchester United valem-lhe o título de Melhor do Mundo. E é desse que parte a análise numérica.

Refira-se que 2009 não lhe corre tão bem. Ronaldo faz metade do ano em Inglaterra e muda-se para Espanha. A adaptação e uma lesão retiram-no dos relvados mais de um mês. Depois, 2010 é o último ano em que fica abaixo dos 50 golos. Faz 48 em 59 partidas pelas duas camisolas que representa.

CR7 com a Bola de Ourto de 2008

No ano de 2011, Cristiano Ronaldo iguala os 60 golos que Messi tinha apontado em 2010. Os valores são melhores do que os do argentino, que no entanto vence o troféu FIFA/France Football. O Barça é campeão Europeu e Espanhol em 2010/11.

Apesar do título espanhol do Real Madrid, em 2012 parecia haver poucas dúvidas sobre quem seria Bola de Ouro. Ronaldo faz 63 golos e 14 assistências em 71 jogos. O capitão de Portugal aumentou de novo o registo, portanto. Mas Messi leva o troféu: foram 91 golos num ano civil, recorde absoluto. E fez 69 jogos, já agora.

Cristiano nunca marcou tanto como em 2013. Em 365 dias, não há registo igual na carreira do português, que faz 69 golos. Esse é o recorde pessoal. E valeu-lhe novo troféu individual, que repete no ano seguinte.

No ano de 2015 vimos Ronaldo em campo por 57 vezes. E observámos também 57 golos do português. Este ano, são 51 golos, 17 assistências e 55 jogos. E o ano ainda não acabou...