Fim-de-semana de Taça de Portugal é um fim-de-semana de oportunidades: sobretudo para quem está na sombra. Os clubes pequenos podem dar nas vistas com os grandes, os jogadores suplentes saltam para as luzes da ribalta. No F.C. Porto, Bracalli, por exemplo, já sabe que vai ser titular.

«Sinto a ansiedade normal de esperar que o jogue comece, mas não mais do que isso», diz. «É uma semana normal, tenho de trabalhar bem e mostrar confiança para os colegas acreditarem em mim. Mas nada de mais: seja jogo de Taça ou de Champions, tenho de trabalhar bem e estar pronto.»

Com uma tranquilidade notável, sem fugir a nenhuma questão, o brasileiro reconhece que imaginava ter vida difícil. «Jogar no Porto é difícil, o Helton já é titular há anos, conquistou vários títulos, por isso sabia que não ia ser fácil. Mas se não tivesse a ambição de jogar, não tinha vindo para cá.»

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Ora por isso garante ter muita esperança que um dia a baliza do Dragão será dele a tempo inteiro, e não apenas nos intervalos para Taça. «Tenho de ser forte porque um dia a minha oportunidade vai chegar e tenho de estar preparado. Acredito que posso vir a jogar, mais cedo ou mais tarde.»

Bracalli sabe que não é novo, já chegou aos 30 anos, mas sabe também que Helton é ainda mais velho e não vai durar para sempre. Por isso espera por essa oportunidade de agarrar a titularidade. Enquanto isso fala de uma «competição é saudável» e de uma «boa relação» com o compatriota.

«O Helton é um bom professor e um bom colega. Trabalhamos para uma posição específica, todos temos de nos ajudar, temos de ter um bom relacionamento, porque se isso acontecer, independentemente de quem jogar depois, quem tem a ganhar somos nós, e em última instância o F.C. Porto.»

A conversa tinha começado, curiosamente, com uma brincadeira à volta das chamadas de Hulk, Kléber e Alex Sandro à selecção brasileira: esse, garantiu, é um sonho que ele já não tem. «É diferente, estou num outro patamar. Tenho de treinar bem no F.C. Porto, jogar e deixar a selecção para os mais novos.»