Uma brincadeira de um adepto colocou a pequena cidade de Franca, nos arredores de São Paulo, em pé de guerra. Aconteceu no último domingo no Estádio Santa Cruz onde se defrontavam o Botafogo de Ribeirão Preto e o Francana, cidades rivais tanto no futebol como no desenvolvimento económico. O Bota vencia por 4-0 e o adepto, aproveitando o acesso ao placar manual, trocou o nome do Francana por «sapateiros», uma vez que a cidade vizinha tem o calçado como a sua principal actividade económica.
O adepto foi detido no local, mas os habitantes de Franca sentiram-se ofendidos e levaram o caso até às últimas consequências. O Botafogo já foi citado pelo Tribunal de Justiça Desportiva e, segundo os regulamentos do campeonato paulista, pode vir a ser severamente punido com uma pesada multa e a interdição do estádio até três jogos.
A polémica chegou à Câmara Municipal de Franca onde os vereadores repudiaram o acto de adulteração do nome do clube emblema da cidade. «Sabemos da rivalidade entre as duas cidades, tanto no futebol como no desenvolvimento, mas o que aconteceu é inaceitável», referiu o Vereador Marcial Inácio da Silva. O Botafogo já lamentou o incidente que classificou como uma atitude isolada que fugiu ao controlo do clube. «O nosso placar manual está inclusive desactivado e o torcedor teve acesso ao local invadindo sem permissão. Logo que vimos o que estava escrito exigimos que fosse retirado imediatamente, além do mais, a polícia agiu rapidamente», explicou Walcris da Silva, presidente do clube.
Mas este não é um caso inédito no Brasil. Já em 1995, durante as meias-finais do campeonato paulista, a claque do Corinthians também substituiu o nome do Santos pela palavras «Bostas». Na altura, o autor da provocação também foi detido, mas o clube não foi responsabilizado.