Brasil-Alemanha (meias-finais), 21h, RTP 1
Estádio Mineirão, Belo Horizonte
Árbitro: Marco Rodríguez (México)
As meias-finais do Campeonato do Mundo começam nesta terça-feira com um muito esperado embate entre o Brasil e a Alemanha. É um dos jogos que todos querem ver. Mas que só uma vez aconteceu num Mundial. E é um jogo que, se a maioria já aguardava desde o sorteio, passou a estar dominado por um jogador. Um jogador que vai estar ausente: Neymar.
As consequências para a seleção do Brasil, no que à perda do seu jogador mais talentoso (e criativo) respeita, têm dominado naturalmente as análises às consequências daquela joelhada de Zuñiga. Irá Scolari reforçar o carácter mais táctico desta sua equipa, ou irá tentar manter, dentro das possibilidades, a maior inspiração individual? Que trunfo substituirá quem esteve em metade dos golos do Brasil? Neymar marcou quatro e fez uma assistência.
Nesta edição da
MF Total, a questão é também analisada no
«4x3x3» de
Nuno Travassos e na
crónica de
Pedro Barbosa.
A questão
ausência de Neymar ganhou de tal forma importância neste jogo que está a ser comparada com a lesão de Pelé no Mundial de 1962 – isto porque o Brasil aspira a ser campeão do mundo em casa e porque há 52 anos os
canarinhos eram os detentores do títulos. E porque as respetivas seleções ficaram sem a sua grande estrela: Pelé ao segundo jogo; Neymar agora.
O
espírito de Amarildo foi levantado (especialmente pelos brasileiros) na esperança de que um novo suplente saia do banco para a titularidade e jogue como se fosse
o outro. Foi o que aconteceu em 1962. Amarildo marcou logo dois golos no jogo se estreia. E viria marcar mais um na final ganha pelos brasileiros. Será que haverá outro? «Sinto muito dizer, mas não há». Foi o próprio Amarildo quem o disse ao «ESPN» brasileiro. O homem que tinha a alcunha de «o Possesso» explica que, «naquela altura, o Brasil tinha um celeiro de craques».
Recuperando detalhes: o melhor marcador dessa equipa campeã do mundo em 1962 foi
um tal Mané Garrincha a par do também brasileiro Vavá.
Mas não é só Neymar que falta. José Mourinho lembrou que também Thiago Silva não defronta a Alemanha comparando a importância das ausências no
onze habitualmente utlizado por Scolari. «O Brasil baseia-se na estrutura defensiva e é aí que o Thiago Silva dá grande estabilidade à equipa», analisou o treinador português do Chelsea. Dante terá uma prova de fogo das mais difíceis.
Na Alemanha, pelo contrário, Joachim Löw tem todos os seus jogadores a disposição. E, mais uma vez, o selecionador germânico deverá mudar a equipa em relação ao último jogo. A
Mannscahft tem como maior trunfo ao lado da imensa qualidade dos seus jogadores, a quantidade de opções que entram e saem da equipa
sem se notar variações de rendimento: Joachim Löw só nos dois primeiros jogos utilizou o mesmo
onze; depois, nos três que se seguiram, fez sempre alterações nunca mais repetindo uma equipa titular.
O Brasil foi testado a sério pela Colômbia. E sabia-se que, numa meia-final com a Alemanha, ainda mais o será. Especialmente sem Neymar, o maior guia para chegar ao
hexa em casa. Os germânicos que passaram com nota alta o difícil exame de francês viram (em teoria) o grau de dificuldade decrescer para esta meia-final sem a maior estrela da equipa adversária. Mas, convenhamos, é uma meia-final Brasil-Alemanha jogada em Belo Horizonte...
E este é apenas o segundo Brasil-Alemanha de Campeonatos do Mundo. O primeiro aconteceu na final do Mundial 2002, com a vitória do Brasil – como pode recordar
aqui. As duas seleções defrontaram-se quatro vezes em competições oficiais e o Brasil ganhou sempre (uma Gold Cup e duas Taças das Confederações, além do Mundial). No total, os brasileiros ganharam 12 jogos, os germânicos quatro e houve cinco empates. O último jogo foi particular e os alemães ganharam 3-2, há três anos.
Brasil-Alemanha
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8 jul 2014, 12:52
Um trunfo para Scolari jogar quando Löw tem as cartas todas
Começam as meias-finais do Mundial. Com um embate de gigantes. Mas raramente visto, por sinal...
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