A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai fazer chegar à FIFA uma denúncia contra o ex-seleccionador da selecção argentina Carlos Bilardo. Em entrevista à revista «Veintitrés», o técnico insinuou que no Mundial de 1990, na Itália, foi preparada uma solução de água com drogas que jogadores brasileiros teriam bebido durante o jogo com a Argentina.
«Eu tomei conhecimento das declarações através da imprensa. Trata-se de um facto de extrema gravidade... estamos a preparar um dossier com informações dos media, que será encaminhado segunda-feira ao presidente [da FIFA, Joseph] Blatter, solicitando providências enérgicas», disse Marco António Teixeira, secretário-geral da CBF.
Carlos Bilardo já deu a cara e nega que tenha proferido tais afirmações. «É de loucos. Por este tema do bidão ligaram-me da BBC de Londres, do Brasil, de Espanha, de Itália. Que confusão se armou por uma coisa que nunca disse! E está tudo gravado», disse o argentino ao diário «Clarin».
Para o actual seleccionador do Brasil, Carlos Alberto Parreira, as alegações de Bilardo tornam-se ainda mais graves porque o argentino também é médico. Contudo, o treinador brasileiro considera ser necessário apurar a verdade caso tenha mesmo sucedido a referida situação. «É uma coisa que tem que ser melhor apurada. É incrédulo, custa-me a acreditar que um teinador do gabarito de Bilardo, um médico... Se realmente for verdade, tem de ser apurado e levado para outras instâncias porque é uma coisa muito séria e antiética», acrescentou.
O dossier que a CBF está a preparar contém declarações do lateral-direito Branco, que levantou a suspeita na época. O jogador bebeu água, enquanto Maradona estava a ser assistido e confessou depois ter sentido sonolência. Segundo o próprio Maradona, em frente ao banco de suplentes da Argentina terá sido deixada uma garrafa com água adulterada.
A CBF já explicou que a denúncia será feita contra Bilardo e não contra a Federação Argentina de Futebol. «As declarações são dele e é ele que tem de responder», afirmou Marco António Teixeira.
