Vários jogadores da seleção brasileira de 1958, entre eles Pelé, regressaram ao Rasunda Stadium, na Suécia. Aparentemente a notícia não teria nada de especial. Mas tem. Foi neste estádio que começou a mais bela história de amor do futebol: a relação entre a seleção brasileira e os mundiais de futebol.

Em 1958, na Suécia, o Brasil apresentou-se como apenas mais uma seleção. Não tinha qualquer título mundial e não era o mais claro favorito ao triunfo. Depois da final de Rasunda, porém, tudo mudou. Os brasileiros encantaram o mundo, venceram cinco títulos e tornaram-se os reis do futebol.

Ora este regresso ao local onde tudo começou não é inocente. O Rasunda Stadium vai ser demolido em Novembro para dar lugar a um estádio mais moderno, pelo que a federação sueca decidiu convidar o Brasil para uma espécie de desforra: em 1958 os suecos perderam a final por 5-2.

Aproveitando a viagem de Neymar, Lucas, Hulk, Danilo, Alex Sandro e companhia, a seleção de Pelé e Zagallo foi à boleia para matar saudades. Esta terça-feira voltou a entrar no Rasunda Stadium vestida com a amarelinha: mas uma amarelinha especial, a camisola da Suécia.

«Tudo o que consegui na minha vida começou aqui. Tinha 17 anos e não podia imaginar que a partir daquela final contra a Suécia eu chegaria tão longe na carreira», confessou um emocionado Pelé. «A melhor memória ao estarmos aqui é que o Brasil naquela época era totalmente desconhecido.»

Aquele que muitos consideram o melhor jogador de todos os tempos conta até uma história curiosa. «Ninguém conhecia o Brasil, ninguém conhecia a nossa bandeira. Éramos tão desconhecidos que até Brasil estava mal escrito. Foi o Mário Zagallo que pediu à organização que corrigisse o erro.»

Pelé, Zito, Pepe e Mazzola viveram momentos de emoção no regresso ao estádio onde foram campeões do mundo. Amanhã à noite, Brasil e Suécia reeditam a final de 1958, que o Brasil venceu com dois golos de Pelé, dois golos de Vavá e um de Zagallo. É a despedida do Rasunda Stadium.