Na noite em que a Alemanha massacrou o Brasil em Belo Horizonte com um traumatizante 7-1 (recorde a crónica do enviado-especial do Maisfutebol), Júlio César pretendeu pousar as luvas e deixar o futebol. O guarda-redes só continuou a jogar por ter chegado a acordo com o Benfica, clube que já representava antes do Mundial de 2014. 

«Após esse jogo, cometi uma loucura... Estava tão transtornado que chamei a minha família toda à Granja Comary. Fiz uma reunião com eles. Ninguém sabe disso. Disse a toda gente, a eles, e à equipa técnica, que eu ia acabar com a minha carreira. 'Não vou jogar mais futebol», relatou Júlio César no programa 'Desimpedidos', do youtube. 

«Mas aí acabou o Mundial, passaram alguns dias, falei com uma pessoa que foi muito importante para mim depois da prova e disse: 'Só continuo a jogar futebol se for no Benfica'. Nem sei porque deu esse estalo na minha cabeça. Mas aí voltei para cá e estou até hoje em Portugal.»

Júlio César está há cinco anos em Lisboa e diz que é no nosso país que se sente feliz. Mesmo assim, o antigo atleta diz que continua a ter «flashes» com a tragédia do Mineirão. 

«Até hoje, quando coloco a cabeça no travesseiro, tenho uns flashes daquela partida. Começo a pensar no que poderia ter feito para evitar algo, de repente sofrer menos golos...»

Júlio César jogou no Benfica de 2014 e 2017 e regressou brevemente ao Brasil para se despedir com a camisola do Flamengo. Pela seleção do Brasil fez 87 jogos.