Bruno Pinheiro volta a jogar no campeonato da Polónia depois de uma expulsão polémica. O central português lamenta o alarido criado em torno do lance, falando ainda sobre a crescente tendência para a internacionalização do produto luso, face à escassez de oportunidades no nosso país.

Na 10ª jornada do campeonato polaco, Bruno Pinheiro viu o cartão vermelho por uma entrada imprudente sobre um adversário. As imagens correram mundo, acompanhadas por expressões como golpe de Kung-fu ou de Karaté. As referências marciais entristeceram o português.

Polónia: Pinheiro expulso no derby por golpe de karaté

«Sinceramente, falou-se mais disso em Portugal que aqui. Fiquei triste com a publicidade negativa, criou-se muito alarido no meu país. Não sou um jogador violento. Nunca tinha visto um cartão vermelho. Apanhei três jogos mas recorri e o castigo foi reduzido para dois», explica o defesa, ao Maisfutebol.

Duelo luso, a derrota e o chapéu

O antigo jogador do Boavista, emigrado desde 2009, regressou à competição na Taça da Polónia, frente ao Légia de Varsóvia. Manú, extremo luso que passou por Benfica e Marítimo, entre outros, foi mais feliz. Venceu e marcou um dos golos (3-0).

Contudo, Bruno Pinheiro ficou feliz com a sua exibição. Um vídeo com as suas intervenções na partida prova a inspiração do português, destacando-se até um chapéu ao compatriota Manú. «Acho que ele não ficou chateado. Pelo menos, não me disse nada.»

Manu marca e afasta Pinheiro da taça

«O Manú é muito bem visto aqui. O Legia luta por outros objectivos, tem outra dimensão e o Manú tem sido decisivo. Quanto a mim, vou tentando fazer o meu melhor e procuro ajudar o Widzew. Estive castigado mas já regressei e tenho conseguido algumas assistências, pois estou a jogar como médio defensivo», acrescentou.

«Portugal tem talento de sobra»

À distância, o central português assiste ao ininterrupto fluxo migratório dos nossos jogadores. «O seleccionador tem de olhar para fora de Portugal para observar os jogadores, porque na Liga é difícil. Há jogadores com talento em vários países. O Vieirinha foi agora à selecção, se calhar porque andava a ser assediado pela Grécia.»

«Aí preferem jogadores com sotaque»

«O Paulo Bento já deu provas da sua qualidade e chegou a altura de acabar com as naturalizações. Portugal tem talento de sobra», frisa Bruno Pinheiro.