A história do futebol está repleta de erros dos árbitros. Há aqueles casos que se tornaram paradigmáticos, como a mão de Maradona no golo que afastou a Inglaterra do Mundial de 1986 ou o golo que não chegou a ser no encontro entre a Inglaterra e a Alemanha, e que acabou por dar o título aos britânicos. No passado fim-de-semana, mais um caso para acrescentar à longa lista de erros que se cometem todas as semanas em quase todos os estádios: no «clássico», o árbitro Olegário Benquerença anulou um golo ao Benfica porque entendeu que a bola não tinha entrado na baliza. As imagens televisivas mostraram uma realidade bem diferente.
Sempre se pensou que o futebol e os erros de arbitragem eram indissociáveis. Porque o ser humano não é perfeito e porque ainda não tinha sido descoberta uma forma mecânica de ajudar a combater essa imperfeição. A solução, porém, já existe. Foi inventada na Alemanha e dá pelo nome de «Cairos». No fundo, não são mais do que chips, colocados nas caneleiras dos jogadores e no interior da bola, que determinam a posição exacta do esférico e dos atletas.
Os chips enviam sinais por micro-ondas para 12 antenas que estão colocadas no estádio e que por sua vez retransmitem essa informação para uma pulseira usada pelo árbitro e que vibra ou emite um sinal sonoro. Um auxiliar precioso para dissipar dúvidas relativamente a foras-de-jogo e golos. A ideia de introduzir esta tecnologia no futebol surgiu após o Mundial 2002 e o objectivo era aplicá-lo já no Campeonato do Mundo de 2006, na Alemanha.
No entanto, é pouco provável que tal venha a acontecer. O Maisfutebol contactou a federação alemã de futebol, que tem conhecimento do invento e que até já teve intenção de utilizá-lo na partida de apuramento para o Europeu, frente à Lituânia. «Nunca chegámos a usar, porque a FIFA tem de autorizar. É a FIFA que tem de decidir se esse sistema pode ser útil e se é compatível com as leis do jogo. Não temos essa capacidade de decisão e por isso não podemos aplicar o Cairos», explicou um porta-voz da federação germânica.