O Egipto conquistou o seu quinto título na Taça das Nações Africanas (CAN-2006) com uma vitória sobre a Costa do Marfim na final da 25ª edição da prova, no Estádio Internacional do Cairo, no desempate por grandes penalidades (4-2), depois de 120 minutos intensos, mas sem golos. Uma grande festa para os Faraós que organizaram a fase final e juntaram mais uma taça às que já tinham conquistado em 1957, 1959, 1986 e 1998.
O jogo começou lento, com as duas equipas a apresentaram posturas muito cautelosas, concentradas sobre as respectivas defesas e arriscando pouco no ataque, mas foi ganhando velocidade e intensidade, sobretudo no segundo tempo, à medida que os minutos foram correndo. A disciplina táctica ficou para trás depois das primeiras oportunidades de golo e o jogo ficou mais aberto, com os da casa a atacarem mais pela certa, com um futebol bem apoiado, e a Costa do Marfim a actuar mais por impulso, afunilando o jogo para Drogba.
O avançado do Chelsea chegou a ter o golo nos pés, aos 36 minutos, num cruzamento largo para o segundo poste, atirando por cima da trave. Depois de mais uma perdida de Drogba, aos 77 minutos, o Egipto chegou a festejar o golo já perto do final, aos 84 minutos, quando Zaki, num lance confuso, atirou para as redes de Tizie, mas o avançado egipcío tinha partido de posição irregular. O intervalo chegou sem golos e com muitos jogadores já em dificuldades físicas.
Logo a abrir o prolongamento, aos 95 minutos, um lance polémico que acabou com um desfecho justo. Barakat entrou na área e perdeu a bola num choque com Kouassi e o árbitro surpreendeu toda a gente ao apontar para a marca de grande penalidade. Drogba foi dos mais inconformados com a decisão do árbitro tunisino e correu para perto do quarto árbitro a perguntar como é que era possível.
Na verdade, quanto muito, o juiz poderia ter marcado um livre indirecto, interpretando a entrada de Kouassi como jogo perigoso. Do mal, o menos, Abdel Hassan, eleito melhor jogador do torneio ao intervalo, atirou a roçar o poste esquerdo, pelo lado de fora, e o «amarelado» Drogba levantou as mãos aos céus em agradecimento.
Um lance que espicaçou a equipa de laranja que, de dentes cerrados, intensificou a pressão sobre a área do Egipto. O jogo voltou a abrir-se, mas com muitas faltas e a uma velocidade contida, a reflectirem o evidente desgaste físico das duas equipas. Os 120 minutos chegaram ao fim e, na lotaria das grandes penalidades, o Egipto foi mais feliz (4-2), com Drogba, também aqui protagonista, a falhar o primeiro pontapé da Costa do Marfim.

FICHA DO JOGO
Estádio Internacional do Cairo
Árbitro: Mourad Daami (Tunísia)
Assistentes: Ibrahim Djezzar (Argélia) e Celestine Ntagungira (Ruanda)
Assistência: 74.100 espectadores
EGIPTO: El Hadary; Gomaa (Fathy, 21m), Abdelwahab, I. Said (A. Ali, 113m) e El-Sakka; Abdel Hassan «cap», Abo Treka, Shawki e Barakat; Zaki e Moteb (Mostapha Hassan, 82m).
Seleccionador: Hassan Shehata.
COSTA DO MARFIM: J. Tizie; K. Toure, Boka, Eboue e Kouassi; Fae, Yaya Touré (Baki Kone, 90m), Akale (Kalou, 60m) e Zokora «cap»; Drogba e A. Kone.
Seleccionador: Henri Michel.
Disiciplina: cartão amarelo a Akale (2m), Kouassi (43m), Eboue (54m), A. Hassan (57m), El-Sakka (76m), Drogba (97m) e Tizie (118m).
Resultado final: 0-0 (a.p.) e 4-2 g.p.