O director-geral da candidatura Ibérica ao Mundial-2018, Miguel Angel Lopez, está confiante para a decisão de 2 de Dezembro, na qual será anunciado o organizador do Campeonato do Mundo.

Em conferência de imprensa em Lisboa, onde foi apresentada uma jornada de apoio à iniciativa dos dois países, o responsável afirmou que «para se estar sobre a candidatura ibérica é preciso ser-se muito forte» e atirou: «Porque nós somos fortes.» De resto, explicou que o projetco ibérico quer aproveitar os efeitos do Barcelona-Real Madrid e do Sporting-F.C. Porto.

Nesta terça-feira, a imprensa internacional reproduz uma entrevista de Miguel Angel Lopez, na qual o espanhola admite que Portugal e Espanha contam já com oito votos dos 22 que envolvem a decisão da FIFA. Em Lisboa, o director-geral da candidatura explicou-se: «É verdade que o disse, mas referia-me a estudo de um jornal inglês, que dissera que a candidatura ibérica contava com 8 votos, Inglaterra sete, Rússia cinco e Holanda/Bélgica vinham mais atrás, é o que dizem os ingleses, que sabem muito».

Ora, sobre a iniciativa prevista para a jornada do fim-de-semana nas ligas portuguesa e espanhola, Miguel Angel Lopez afirmou que é algo que «a candidatura ibérica decidiu há uns meses» e à qual «o futebol português e espanhol e as instituições políticas se juntaram».

O espanhol também admitiu que o timing da iniciativa foi pensado: «Decidimos que o melhor momento seria mais próximo da decisão da FIFA [2 de Dezembro]. A jornada deste fim-de-semana também tem jogos mediáticos [há um Barcelona-Real Madrid em Espanha e um Sporting-F.C. Porto e Portugal] e por isso pensamos que a repercussão será maior.»

«Portugal é a parte pequena da candidatura»

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, também esteve na conferência de imprensa, na qual realçou a experiência portuguesa no Euro-2004 e os lucros que o Mundial trará a Portugal. O dirigente abordou ainda as preocupações da FIFA com a segurança, que constam no relatório elaborado sobre a candidatura. «Para nós não é um problema, no Euro-2004, o dispositivo de segurança foi altamente elogiado e foi exportado para o Mundial da Alemanha e o Europeu de 2008. A candidatura ibérica é que a oferece menos riscos», considerou.

Questionado também sobre se a parte portuguesa é um «anexo» da candidatura ibérica, Madail respondeu: «Há 64 jogos num Mundial, Portugal prevê poder realizar 20 ou 21, mas sem ter de fazer qualquer tipo de investimentos. Há, claro, uma parte maior e uma mais pequena. A mais pequena somos nós, mas não quer dizer que não vamos ter jogos importantes.»

Em tempo de crise, como pagamos isto tudo?

O Governo fez-se representar pelo secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias. Confiante numa decisão favorável a Portugal e Espanha, o representante do Executivo foi interrogado sobre se não seria um contra-senso o país, em tempo de crise, suportar esta candidatura.

«Apetecia-me responder com uma pergunta: onde vamos gastar esses milhões de euros? É que ainda não descobri», disse Laurentino Dias, que explicou de seguida. «Quando partimos para esta candidatura definimos um patamar muito claro com a FPF: não fazer um investimento em infraestruturas e é por isso que Portugal concorre com três estádios prontos», começou por responder, tendo em conta que só o Alvalade, Dragão e Luz farão parte do projecto.

Mesmo os gastos com segurança e outros aspectos da organização serão, no entender do secretário de Estado, «infinitamente inferiores às receitas que se vai receber com 20 jogos» em Portugal.

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