Em entrevista publicada pelo jornal O Jogo nesta terça-feira, dia do centenário do Sp. Braga, António Salvador assumiu o desejo de renovar contrato com o treinador e de mantê-lo durante muitos anos. 

Confrontado com estas declarações na conferência de imprensa de antevisão da meia-final da Taça da Liga, com o Benfica, Carlos Carvalhal projetou o futuro com... uma viagem ao passado.

«A minha situação é a menos importante. Não penso nisso», começou por dizer.

«Reporto à minha passagem pelo Sheffield Wednesday. Assinei por um ano e no final dessa época tínhamos ido à final do playoff. Tive possibilidades de sair para a Premier League, mas tenho sempre três vetores importantes para decidir: a satisfação do presidente e da administração; os jogadores gostarem do meu trabalho e estarem motivados; a massa associativa estar contente. Se estes três vetores convergirem, não é dinheiro ou outra coisa que me move», recordou.

«Tive possibilidade de ir para a Premier League nesse primeiro ano e no segundo, e não saí por causa disso. Só saí porque, a dada altura, num clube onde era quase idolatrado, tive oito ou nove jogadores lesionados ao mesmo tempo, e depois somei cinco ou seis resultados menos bons. Acabei por sair, e não foi por minha iniciativa. Desses três vetores se calhar um já não estava presente, e acabei por ir à minha vida. Curiosamente acabei por ir para a Premier League nessa altura, dois dias depois assinei pelo Swansea», acrescentou depois Carvalhal.

«Ficarei no Braga enquanto esses três vetores convergirem. Pode durar uma semana, um mês, um ano ou dez anos. Dou sempre o meu melhor. Fico com pena de abandonar um ou outro clube, mas no futebol há coisas que, por vezes, são inevitáveis. Ainda há dias vi uma reportagem que dizia que a nossa saída foi um dos maiores erros históricos do Sheffield Wednesday, pois o clube nunca mais se encontrou. São coisas que acontecem. Muitas vezes os treinadores não são despedidos pelo seu trabalho, pela sustenção, mas por uma questão mais estrutural», concluiu.