Filipe Martins, treinador do Casa Pia, analisa a derrota caseira com o Sporting, em jogo da 27.ª jornada da Liga (3-4):

«Foi estranho sofrermos um golo logo no primeiro minuto com uma transição, frente a um grande. Mas reagimos bem. Depois sofremos o segundo e voltámos a reagir, e fomos para o intervalo empatados, de forma justa. Depois sofremos o terceiro golo a frio, novamente, e voltámos a reagir. Estávamos dentro do jogo, e ficamos a imaginar o que faríamos onze contra onze. Qualquer equipa tem mais dificuldade com menos um, não tivemos a mesma capacidade de reação. Nenhuma equipa fica mais confortável com menos um. O Sporting começou a carregar com muita gente, a subir com os centrais, e optámos por tentar fechar os espaços. Quando faz o 4-3 ficou ainda mais difícil para nós, pois já não existia capacidade de saída.»

«Podíamos ter discutido o jogo até ao fim. Não gosto de fazer futurologia, mas estávamos com aquela aura de quem já tinha virado três vezes a adversidade. Estava a sentir que, se conseguíssemos passar para a frente, provavelmente vencíamos o jogo. Estávamos bem encaixados no sistema do Sporting, que até é semelhante ao nosso. Em alvalade não conseguimos parar tão bem as permutas do Sporting, mas hoje fomos mais competentes. Fica aquela dúvida no ar. Sinto que a equipa podia ter discutido o jogo até ao fim.»

«A nossa ideia, seja qual for o adversário, é conquistar os três pontos. Sabendo que estamos a falar de um grande, que na quinta-feira vai defrontar a Juventus. Preparámos o jogo para vencer. Acredito que, até ao fim, se continuamos com esta capacidade, podemos chegar ao quinto lugar novamente. A distancia não é grande, mas estamos a preparar o futuro do Casa Pia, a observar algumas coisas que queremos ver. Nesse sentido estamos bastante confiantes.»

«Em relação à expulsão não vou falar. Não costumo falar, nem quando sou favorecido, nem quando sou desfavorecido.»

«Levar quatro golos do Sporting, já aconteceu muitas vezes na Liga. Marcar três, nem sempre é fácil. Fizemos o mais difícil. Saio claramente com amargo de boca, mas não seria justo dizer que o sporting não mereceu vencer. Teve mais oportunidades, mais iniciativa, mas o que levo daqui é muito orgulho no que os meus jogadores fizeram, pois jogámos olhos nos olhos com uma grande equipa. Não levo pontos, mas levo uma crença que já tinha, de que estamos no bom caminho, e que estamos novamente a subir de forma, até porque tivemos algumas alterações na equipa, e temos de continuar a olhar um bocadinho para o futuro. Um exemplo disso é a titularidade do Lucas Paes. Para os adeptos pode ser estranho, mas não estamos só a olhar para o quinto lugar, estamos a perceber se podemos contar para o futuro com jogadores que não têm experiência de Primeira Liga. Já estava previsto que, garantida a permanência, queríamos ver alguns jogadores, incluindo o Lucas Paes. O Ricardo não tinha motivos para sair, mas quero ver o Lucas em três ou quatro jogos de dificuldade alta.»