O presidente do Sporting de Braga, António Salvador, divulgou nesta segunda-feira um comunicado sobre o «caso Mateus» onde, para além de manifestar o receio de prejuízos para a sua equipa caso avance a suspensão dos clubes portugueses nas competições europeias, apela a um novo tipo de actuação da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga de clubes.
Os arsenalistas lamentam os incidentes que marcam a actualidade desportiva nacional e esperam que os agentes desportivos rectifiquem posições e procedimentos num futuro próximo. Aqui ficam os principais excertos do comunicado:
«O Sporting Clube de Braga ¿ Futebol, SAD (...) não pode deixar de expressar a sua profunda preocupação relativamente às eventuais consequências nefastas, que no plano desportivo e financeiro poderão vir a atingir os clubes portugueses participantes nas Competições Europeias, como é o caso do Sporting Clube de Braga.»
«O Sporting Clube de Braga confia e espera que os dirigentes desportivos e associativos nacionais saberão encontrar a solução adequada a evitar tão nefasta consequência, sob pena de se ver na obrigação, que espera sinceramente poder evitar, de reclamar de todos os responsáveis pela situação, o ressarcimento adequado de todos os prejuízos que venham a ser causados.»
«O Sporting Clube de Braga não pode deixar de aproveitar a oportunidade para lançar um apelo, não só no sentido da pronta resolução do chamado caso Mateus, mas também no sentido da pacificação institucional do conjunto do futebol português. Estamos convictos que o caso Mateus não é mais do que um mero reflexo de um problema maior que tem a ver com a organização institucional de todo o conjunto do futebol português, nomeadamente da sua estrutura de futebol profissional e muito particularmente dos seus órgãos jurisdicionais.»
«Neste sentido, apelamos para que todos os responsáveis pela actual situação, sem excepções, venham a ser capazes de relegar para um plano secundário os muito complexos e diversificados interesses que os movem, por muito louváveis que se afigurem numa perspectiva particular, em benefício do interesse geral e superior da salvaguarda do prestígio e credibilidade do futebol português e dos clubes que o representam.»
«Agora e de futuro, deverá competir, em primeira linha, à Federação Portuguesa de Futebol e Liga Portuguesa de Futebol Profissional, a adopção de um novo tipo de actuação que privilegie como premissas fundamentais critérios de cooperação institucional, prevalência da verdade desportiva, eliminação da inexplicável duplicação das decisões jurisdicionais desportivas, isenção de procedimento e competência profissional dos seus órgãos representativos, susceptíveis de evitar a ocorrência de situações como a do caso Mateus e de forma a constituir exemplo e medida de actuação futura para todos os operadores desportivos.»
«O mesmo se reclama dos restantes dirigentes desportivos no sentido de evitarem a tendência para a adopção de posturas de carácter vincadamente incendiário e populista que, em última instancia, só prejudicam o futebol português em geral, e por inerência, os próprios Clubes que representam. Neste particular, impõem-se que todos os dirigentes desportivos, sem excepção, se venham a comprometer com a defesa intransigente das premissas fundamentais acima enunciadas, até aqui apenas parcialmente por alguns reclamada.»