Titular no centro da defesa do Celtic, Gary Caldwell acabou de marcar o golo que garantiu à selecção escocesa a vitória sobre a França, antes de perder com a Ucrânia na ronda de jogos internacionais da semana passada. A conversa, na véspera do jogo com o Benfica, passa por aí. E o central diz que defrontar o Benfica até pode ser mais complicado do que ter pela frente grandes estrelas do futebol mundial, Thierry Henry ou Shevchenko.
«Acho que pode», responde Caldwell à pergunta de um jornalista escocês sobre se o Benfica pode criar mais problemas do que os avançados da França e da Ucrânia. «O Benfica tem jogadores de classe. O Henry e o Shevchenko são grandes jogadores, mas levantar o nível do nosso jogo frente a eles às vezes é mais fácil. O Benfica tem grandes jogadores e pode criar-nos problemas», observa Caldwell.
«Temos vídeos deles, temos conhecimento das capacidades deles. São uma boa equipa, vão causar-nos muitos problemas. Vai ser uma noite difícil. Nós vamos tentar causar-lhes tantos problemas quanto pudermos para ganhar», antecipa de resto o jogador, que espera na terça-feira um jogo muito diferente do que foi a vitória do Celtic na ronda anterior da Liga dos Campeões: «O Benfica joga totalmente diferente do Copenhaga, os portugueses têm sempre jogadores técnicos que gostam de passar a bola e atacar. Vêm com um plano diferente, vão tentar impor-se. Espero um bom jogo de ataque.»
Num grupo liderado pelo Manchester United após duas vitórias, o Celtic em segundo com três pontos e o Benfica e o Copenhaga ambos com um, Caldwell também acredita que os próximos dois jogos entre o campeão escocês e os «encarnados» será quase uma eliminatória, para definir quem segue em frente.
«São dois jogos e podem ser os jogos-chave do grupo, quem sair por cima pode ser favorito para chegar ao segundo lugar», afirma, acreditando que a equipa que fizer mais pontos nesta dupla ronda será a que segue em frente: «Espero que sim. Se levarmos a melhor nestes dois jogos dá-nos grandes hipóteses, porque vamos para os dois últimos jogos em vantagem.»
Apesar das contas, Caldwell diz que a equipa tem de concentrar-se por agora apenas no próximo encontro: «O jogo de terça-feira é o que temos de tentar ganhar.» O Celtic enfrenta a partida com várias lesões no plantel: Gravesen é baixa, Hesselink e McGeady estão em dúvida. Caldwell desvaloriza e garante muita confiança no grupo.
«Estamos muito confiantes. Estamos a ganhar jogos e ansiosos por cada jogo. Tivemos um jogo fantástico no sábado, agora vem aí outro», afirma recordando a goleada ao Dundee. Também o Benfica vem de uma goleada, mas Caldwell diz que esses golos já são passado para ambas as equipas: «Não tem influência no jogo. Dá sempre confiança, mas é outro jogo.»
«O que temo de fazer é atacar e defender bem», prossegue, desvalorizando possíveis ausências: «Esses jogadores têm estado muito bem, mas temos uma equipa profissional. Os jogadores vão mostrar que são suficientemente bons. Há muitos jogadores que vão ter de entrar e jogar bem, com as lesões.»
Os escoceses perguntam a Caldwell se a vitória do Rangers sobre o F.C. Porto, na época passada, ou da Escócia sobre a França, agora, podem servir de exemplo, mas o jogador diz que a receita em jogos grandes é sempre a mesma: «Tem que se arregaçar as mangas e procurar o resultado. Temos que controlar o jogo melhor, há alturas em que temos de defender bem.»
A terminar, Caldwell deixa a expectativa de que a equipa possa usar o ambiente do estádio, lotado com 60 mil espectadores, a seu favor: «Em qualquer jogo no Celtic Park os adeptos são muito fortes. O ambiente é algo diferente para a equipa do Benfica, cabe-nos ter os adeptos do nosso lado.»