Centenas de pré-avisos de greve foram emitidos até hoje por estruturas sindicais da CGTP ou sindicatos independentes para que trabalhadores de todos os sectores de actividade possam aderir à greve geral convocada para 30 de Maio, escreve a agência Lusa.

A função pública, os transportes, a marinha mercante, as pescas, a hotelaria, a construção, as telecomunicações e as indústrias, têxtil, química e metalúrgica, são algumas das áreas com adesão já confirmada, disseram fontes sindicais à Lusa.

Os sindicatos representativos de trabalhadores que asseguram serviços que correspondem a necessidades sociais impreteríveis - nomeadamente transportes e saúde - tinham até 15 de Maio para emitir os respectivos pré-avisos de greve que, nestes casos, têm de ser emitidos com uma antecedência de 10 dias úteis.

Os restantes sectores ainda podem emitir pré-avisos de greve, pois a antecedência exigida é de 5 dias.

Mesmo que não o façam, não é problemático dado que a própria CGTP emitiu um pré-aviso para a greve geral, que foi publicado em vários jornais nacionais no dia 10, que abrange todos os trabalhadores que trabalham por conta de outrem, mesmo que não sejam sindicalizados ou que o sejam em estruturas da UGT.

A CGTP marcou a greve de dia 30 para exigir uma mudança de rumo para as politicas económicas e sociais de modo a garantir aos portugueses melhores condições de vida e de trabalho.

Amável Alves, do executivo da CGTP, disse à agência Lusa que esta é uma fase de grande dinâmica e de mobilização para os sindicatos da Inter, que têm 3.315 plenários marcados por todo o país.

"Esta é uma acção sindical no terreno de grande dimensão e as centenas de pré-avisos já emitidos mostram a grande unidade dos trabalhadores para a greve de dia 30", afirmou.

De entre os pré-avisos de greve já emitidos destaca-se o da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública - emitido segunda- feira e publicado em vários jornais - que foi uma das primeiras estruturas sindicais a aderir à greve geral.

A federação sindical diz, no pré-aviso, que a greve de dia 30 tem como objectivo defender o emprego público, as carreiras, salários dignos e direitos sociais e lutar pelo direito à contratação colectiva, por uma nova politica e contra a destruição da administração.

Esta é uma estrutura sindical horizontal, por isso o seu pré- aviso de greve pode abranger todos os trabalhadores da função pública, nomeadamente professores, médicos ou guardas prisionais.

No entanto, a maioria dos sindicatos da função pública afectos à CGTP também estão a emitir os seus pré-avisos de greve, como é o caso do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

A greve da função pública vai contar também com a participação do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (filiado na UGT).

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), um dos maiores sindicatos da CGTP também já emitiu o seu pré- aviso de greve.

Na área dos transportes vai haver greve nas empresas do grupo CP (com a adesão dos sindicatos da Inter e de alguns independentes), o mesmo acontecendo na Carris e nos Transportes Colectivos do Porto (neste caso está também envolvido o Sitra da UGT).

Os barcos da Transtejo e da Soflusa, que asseguram a travessia do Tejo, poderão parar no dia 30, porque foram emitidos pré-avisos de greve pelos sindicatos da CGTP que representam os seus trabalhadores e por um sindicato da UGT (o Sitmaq).

A CGTP promoveu uma greve geral a 10 de Dezembro de 2002, contra o Código do Trabalho, que entrou em vigor um ano mais tarde, depois de sofrer muitas alterações.

RRA.

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