Construídos na antecâmara do Euro 2004, os novos recintos do futebol português parecem já não encaixar nos requisitos da UEFA. Pelo menos no que diz respeito ao desejo de acolher uma final da Liga dos Campeões. Para consumo interno a capacidade de alguns estádios até parece excessiva, mas a nível europeu será escassa para acolher a principal prova continental de clubes.

«São 15 ou 20 estádios, aqueles que podem receber uma final da Liga dos Campeões. Basta ver aqueles que têm capacidade superior a 65 mil lugares. Depois há outros factores, como os aeroportos e os hotéis. Fazemos um estudo antecipadamente», explicou Daniel Ribeiro, o luso-americano que ocupa o cargo de «project manager» da final deste ano, marcada para Munique.

O dirigente da UEFA diz, ainda assim, que a Liga Europa «é outra dimensão», e defende que Portugal «já demonstrou várias vezes a sua capacidade de organização». Daniel Ribeiro trabalhou, de resto, no Euro 2004, como responsável pelo Estádio José Alvalade, e acredita que os estádios portugueses «são excelentes». «Espero que possam receber uma final em breve. Seria uma mais-valia para o país, pois desde 2005 que não recebe uma decisão», confessou o luso-americano. «É uma escolha democrática. Temos 53 associações, e há outros eventos. Portugal recebeu o Europeu de sub-21 em 2006 e o Europeu de Futsal em 2007», acrescentou ainda, à margem do «Football Talks», o congresso organizado pela Liga.