Superga é o primeiro nome que vem à memória quando recordamos o horror de um acidente aéreo associado ao desporto, como aquele que vitimou nesta madrugada a equipa brasileira do Chapecoense. A tragédia que vitimou quase toda a equipa do Gran Torino em 1949, quando regressava de um jogo com o Benfica, é também a primeira de grande dimensão. Aconteceu apenas nove anos antes do desastre de Munique, outro momento marcante nesta história negra, que deixou apenas sete sobreviventes da equipa do Manchester United. Mas houve mais. Uma cronologia das principais tragédias aéreas envolvendo equipas de futebol.

4 de maio de 1949, Superga

A equipa do Torino jogou em Lisboa um particular de homenagem a Francisco Ferreira, capitão do Benfica. No regresso, o avião que transportava a comitiva, uma das equipas mais promissoras da Europa naquele tempo, cinco vezes campeã italiana e a grande base da seleção de Itália, apanhou condições meteorológicas terríveis mas tentou chegar ao destino. Despenhou-se contra a Basílica de Superga, ao chegar a Turim. Morreram 31 pessoas, toda a equipa e ainda jornalistas e dirigentes. Leia mais aqui.

6 de fevereiro de 1958, Munique

A equipa do Manchester United orientada por Matt Busby e popularizada como «Busby Babes» pela sua juventude, regressava de Belgrado depois de um jogo para a Taça dos Campeões Europeus com o Estrela Vermelha. Fez uma escala de abastecimento em Munique e a tragédia aconteceu na descolagem, problemas técnicos e neve na pista que resultaram na queda do avião. Morreram 23 pessoas. Entre os sobreviventes estavam Matt Busby e sete jogadores, incluindo Bobby Charlton. Em Old Trafford, um relógio assinala até hoje o momento da tragédia. Leia mais aqui sobre o dia mais negro da história do Manchester United e um dos seus heróis.

16 de julho de 1960, Dinamarca

O mau tempo na origem do acidente do voo que transportava oito jogadores da Dinamarca que iriam fazer um jogo de seleção para o torneio olímpico. Aconteceu na sequência da descolagem no aeroporto de Kastrup, em Copenhaga. Morreram os oito jogadores. A Dinamarca ponderou desistir do torneio olímpico, mas foi a jogo e terminou no terceiro lugar.

3 de abril de 1961, Green Cross

O voo onde viajava a equipa chilena Green Cross despenhou-se nos Andes, 350 quilómetros a sul de Santiago do Chile. Os destroços do avião só foram encontrados oito dias mais tarde, confirmando a morte de 24 pessoas.

26 de setembro de 1969, The Strongest

A equipa boliviana do The Strongest regressava de um jogo de fim de época quando o avião foi dado como desaparecido, inicialmente sem mais informação. Despenhou-se em Viloco, a 70 quilómetros de La Paz, matando todas as 83 pessoas a bordo, incluindo 17 jogadores.

11 de agosto de 1979, Tashkent

Uma colisão no ar entre dois aviões russos, provocada por uma confusão nas transmissões, resultou em 178 mortes. 17 das vítimas eram jogadores do Pakhtakor Tashkent, uma equipa do Uzbequistão.

8 de dezembro de 1987, Alianza Lima

O avião que transportava a equipa e staff do Alianza Lima depois de um jogo do campeonato peruano despenhou-se no mar, depois de detetar problemas técnicos e de tentar uma aterragem de insistência no aeroporto da capital peruano. Entre as 53 pessoas a bordo, incluindo toda a equipa do Alianza Lima, apenas o piloto sobreviveu.

7 de junho de 1989, Suriname

Um voo comercial da companhia aérea do Suriname despenhou-se quando tentava a aterragem em Paramaribo. Levava 187 pessoas a bordo, morreram 176. Entre as vítimas estavam 15 jogadores holandeses originários do Suriname, antiga colónia da Holanda. Todos a atuar nos campeonatos holandeses e belgas, faziam parte de uma equipa de exibição de jogadores com origens no Suriname conhecida como «Colourful 11», que ia jogar uma partida de solidariedade com o campeão local. Várias estrelas do futebol holandês não estavam nessa comitiva porque não foram autorizados pelos clubes a viajar, entre os quais Ruud Gullit ou Frank Rijkaard.

27 de abril de 1993, Zâmbia

Um voo da Força Aérea fretado pela seleção da Zâmbia que iria jogar no Senegal um jogo de qualificação para o Campeonato do Mundo despenhou-se no mar, minutos depois de ter feito uma escala técnica em Libreville, no Gabão, quando já tinham sido detetados problemas num motor. Morreram as 30 pessoas a bordo, entre as quais 18 jogadores e os treinadores da seleção. A vitória da Zâmbia na Taça de África das Nações em 2012, a poucos metros do local do acidente, foi um momento simbólico de homenagem às vítimas da tragédia.

28 de novembro de 2016, Chapecoense

O avião que transportava a equipa brasileira do Chapecoense para a Colombia, onde iria defrontar o Atletico Nacional na primeira mão da Taça Sul-Americana, despenhou-se em Medellin. Há 76 mortes confirmadas. Acompanhe aqui a informação.