O sonho do F.C. Porto durou por isso pouco mais de três quartos de hora. Nasceu de uma jogada colectiva fantástica, iniciada em Pepe, detonada por Lisandro, continuada por Lucho e finalizada por Quaresma. Um grande golo, selado com a parte de fora do pé como convinha que acontecesse, para ensinar aos ingleses o que é uma trivela. O sonho nasceu de uma jogada fantástica, dizia-se, e foi alimentado por quinze minutos coerentes.
Depois de se colocarem em vantagem, os azuis e brancos desceram no terreno. Com toda a naturalidade. Mas não o fizeram em demasia. Continuaram a pressionar alto e impedir que o adversário fizesse transições rápidas. O Chelsea tinha por isso de sair lento para o ataque, o que permitia a reorganização defensiva do F.C. Porto. Por isso mesmo os ingleses poucas oportunidades de empatar a partida tiveram durante esse período.
Sempre, sempre, sempre a descer
A partir da meia-hora, porém, o F.C. Porto encolheu-se. O losango que Jesualdo Ferreira prepara para enfrentar o jogo perdeu as formas, gerou-se um enorme buraco entre o meio-campo e o ataque, o Chelsea começou a ganhar todas as segundas bolas, a criar jogadas de ataque em cadência e naturalmente a criar perigo. Robben ameaçou na primeira parte, o mesmo Robben e Ballack concretizaram as ameaças na segunda.
Antes disso já Jesualdo Ferreira tinha trocado o esquema táctico da equipa, devolvendo Quaresma e Lisandro aos flancos, colocando Adriano no centro do ataque e a equipa vestida na roupa que lhe fica melhor. Uma forma de tentar tornar o campo mais longo e o jogo mais divertido. A forma como alargou o relvado e como o dinamizou com a entrada de Ibson permitiu durante algum tempo disputar mais o jogo, mas não chegou.
O F.C. Porto despede-se da Liga dos Campeões com a única satisfação de ter criado um enorme susto a Mourinho. Não chegou, de resto, para provar que a equipa voltou a ser grande na Europa sem ele, nem sequer para mostrar que a mística é independente do treinador do Chelsea. Jesualdo saiu de cena de cabeça baixa. Perdeu o duelo com um adversário de estimação e mostrou que ainda lhe falta qualquer coisa para fazer sonhar.
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