Nicolau Breyner definiu na terça-feira a primeira longa-metragem de ficção que realizou, «Contrato», a partir do policial de Dinis Machado «Requiem por D. Quixote», como «um sonho concretizado em 24 dias» em que tem «muito orgulho», escreve a «Lusa».

«Este filme é o produto de uma teimosia da Isabel Chaves (produtora da Hora Mágica) e minha. Há muito tempo que o queria fazer (¿) e tive a grande sorte de poder fazê-lo exactamente com os actores que queria: foram inexcedíveis e inestimáveis, eles e a equipa técnica, e tornaram possível um sonho concretizar-se em 24 dias, o que é muito complicado de fazer», disse Nicolau Breyner em conferência de imprensa.

«Tenho muito orgulho naquilo que fiz», acrescentou o realizador estreante.

Em «Contrato», que estreia a 15 de Janeiro, uma adaptação livre de um dos romances policiais que o escritor Dinis Machado escreveu entre 1967 e 1968 sob o pseudónimo de Dennis McShade, o actor Pedro Lima veste a pele de um assassino profissional chamado Peter McShade.

Cláudia Vieira, Vítor Norte, José Wallenstein, Pedro Granger, Sofia Aparício, José Raposo, George Felner, Joaquim Nicolau, José Boavida e Adelaide João completam o elenco deste filme de acção com uma hora e meia de duração.

Nicolau Breyner explicou que escolheu filmar esta história «por razões afectivas e razões meramente profissionais».

«Eu era amigo do Dinis Machado há muitos anos. Habituei-me a ler livros do Dennis McShade sem saber quem ele era e, quando vim para Lisboa, um dia, conheci um senhor chamado Dinis Machado e percebi que ele era o Dennis McShade. Tinha uma enorme admiração por ele», sublinhou.

«O Dinis Machado era um mestre do cinema negro», prosseguiu, mas «houve necessidade de fazer uma adaptação», primeiro com o argumento de Pedro Bandeira Freire, que entretanto faleceu, em 2008, e depois com uma adaptação de Álvaro Romão e do próprio Nicolau Breyner, porque a violência na época em que Dinis Machado escreveu era «mais meiga» do que actualmente.

Apoiado pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) o filme foi co-produzido pela TVI, cujo director-geral, José Eduardo Moniz, afirmou ter «planos» para próximas colaborações com Nicolau Breyner, que classificou como «não só um grande actor mas um homem com uma fantástica sensibilidade para a realização».

A segunda colaboração entre Breyner e a TVI será, em princípio, uma comédia, revelaram ambos, escusando-se a adiantar mais pormenores.