A FIGURA: UGARTE

Tem apenas 20 anos e já revela uma leitura de jogo notável. Nos 45 minutos iniciais, Ugarte esteve onde o jogo lhe pediu que estivesse. Fechou os caminhos do corredor central ao meio-campo do FC Porto e impediu também que os avançados baixassem para ligar jogo com eficácia. Mas também condicionou em diversas ocasiões o início da construção dos dragões, aparecendo por vezes à frente de Matheus Nunes, com quem se entendeu bem nas missões defensivas. Omnipresente e sufocante para os adversários que pisaram os mesmos terrenos dele. Nos segundos 45 minutos, sobretudo após a entrada de Otávio – que se juntou a Vitinha – ele e Matheus Nunes deixaram de conseguir suster o meio-campo dos azuis e brancos. Saiu a 10 minutos do fim.

 

O MOMENTO: a estrela de Coates não desceu à Terra. 90+4

Depois do 1-0 de Sarabia, o FC Porto foi muito superior ao Sporting e até dispôs de várias ocasiões para construir uma vantagem mais confortável na eliminatória. Mesmo descompensada tática e emocionalmente, a equipa de Ruben Amorim ainda teve uma soberana ocasião para empatar numa bola parada desviada por Coates à qual Marchesín se opôs com a defesa da noite.

 

NEGATIVO: incapacidade do Sporting na última meia-hora

Depois de uma primeira parte muito tática, mas na qual o Sporting foi ligeiramente superior a um FC Porto que quase não existiu no plano ofensivo, Sarabia desbloqueou o jogo com um golaço a abrir a etapa complementar. Era expectável que o jogo mudasse a partir daí, mas não era tão expectável a quebra dos leões, incapazes de suster a reação azul e branca que começou logo a seguir ao 1-0 e se acentuou após as entradas de Otávio, Pepê e João Mário.

 

OUTROS DESTAQUES

Porro: foi um dos poucos que beneficiaram de uma primeira parte em que as duas equipas se encaixaram. O Sporting foi ligeiramente superior nos 45 minutos iniciais e isso deveu-se em parte ao lateral espanhol, que teve muitas vezes corredor aberto para as arrancadas habituais, o que nem sempre foi aproveitado pelos companheiros. A fechar a primeira parte ameaçou o golo e a abrir a segunda serviu Sarabia para o 1-0 num livre que Soares Dias mandou repetir depois de uma primeira tentativa para defesa de Marchesín (talvez também por isso ninguém esperasse que saísse um passe rasteiro para fora da área). A exibição consistente acabou por ficar manchada pelo penálti assinalado sobre Evanilson que deu origem ao 1-1.

Sarabia: inaugurou o marcador aos 49 minutos com um remate forte e colocado de fora da área. Foi servido pelo compatriota Pedro Porro, que bateu o livre que nasceu de uma falta sofrida por Sarabia. Noite difícil para o espanhol diante de uma defesa portista que condicionou muito as ações dos homens mais adiantados do Sporting.

Coates: independentemente da chegada de Slimani, o defesa uruguaio continua a ser um dos melhores avançados dos leões. Em duas ocasiões ameaçou o golo do empate: na primeira, Mbemba negou-o e na segunda, já em tempo de compensação, foi Marchesín com a luva esquerda.