Deram entrada no Conselho de Justiça da Federação vários pedidos de impugnação da Classificação dos Árbitros da atual temporada.



Segundo apurou o Maisfutebol pelo menos 15 pedidos de impugnação foram apresentados.

O prazo para impugnar os resultados que geraram mal-estar no seio da arbitragem terminou esta sexta-feira pelas 17 horas e vários árbitros e assistentes não deixaram passar essa oportunidade.

Paulo Batista, de Portalegre, árbitro que terminou no penúltimo lugar da classificação e, por isso, descia de escalão, foi o único a assumir publicamente a sua intenção. Mas outros árbitros e assistentes (e não só os que desceram) resolveram agir da mesma forma.

Tal como o Maisfutebol avançou, os árbitros queixam-se de uma interpretação diferente dada este ano pela Secção de Classificações da Comissão de Arbitragem à fórmula de avaliação, o que veio prejudicar quem dirigiu mais jogos, mesmo que tenha notas mais altas.

Para além disso, reclamam falta de transparência na atribuição dos graus de nomeação, isto é, o valor acrescido à nota conforme o grau de dificuldade do jogo.

A Associação de Futebol de Braga (AFB), através de um comunicado enviado às redações, revela que no mesmo jogo árbitro e respetivos assistentes tiveram graus de nomeação diferentes, alegando ainda a inexistência destes graus em alguns jogos de capital importância no campeonato.

O Maisfutebol sabe que um dos jogos que não tiveram qualquer valorização do grau de nomeação foi o Marítimo-Benfica, da 27ª jornada, na semana seguinte à polémica com o árbitro João Capela no dérbi com o Sporting e que, por muitos, era considerado como o teste mais difícil aos encarnados antes do Dragão. O jogo foi dirigido por Manuel Mota, precisamente da AFB, que recebeu o grau de nomeação mais baixo para esse jogo (0.20), igual ao de todos os jogos considerados de risco reduzido.

Os outros valores que se acrescentam à nota conforme o risco considerado para o jogo são 0.350, 0.5 e, por último, 0.650, para os jogos de elevado risco. Os árbitros só sabem que grau de nomeação tiveram os jogos no final da temporada.

Por fim, há árbitros e assistentes que ainda aguardam resultados dos recursos apresentados por discordarem de uma nota atribuída.

Um dos dados estranhos da fórmula encontrada é a descida de Inácio Pereira, auxiliar de Artur Soares Dias na final de Toulon, que ficou em 42º entre 52 árbitros auxiliares. Pela fórmula anterior, teria sido 31º...

O Conselho de Arbitragem da Federação, presidido por Vítor Pereira, ainda não divulgou oficialmente a Classificação dos Árbitros relativa à última época.