Parece estranho, mas está a acontecer em Goiás, no Brasil. Um clube resolveu este ano mudar de cidade e em Janeiro vai entrar no campeonato estadual como clube de Anápolis, a cidade para onde se mudou, em vez de clube de Inhumas, a cidade onde viveu toda a vida. Por detrás desta decisão está um português, António Teixeira, empresário e ao mesmo tempo dono do emblema brasileiro em causa.
Ora o emblema brasileiro em causa é o Grémio Inhumense. Que dentro de em breve deixará de ser Inhumense para ser Grémio de Anápolis - «ou coisa parecida», segundo garantiu o próprio António Teixeira -, um clube que é um sociedade desportiva liderada pelo empresário português, que foi criado apenas em 1999 e que por isso, acreditam os proprietários, está desenraizado o suficiente para poder mudar-se de cidade.
As pessoas de Inhumas é que parecem não pensar o mesmo e estão naturalmente revoltadas. «É normal, era o único clube da cidade», explicou António Teixeira ao Maisfutebol. «Mas é uma decisão que já está tomada e que tem a ver com razões internas». O empresário não avança por isso com justificações para a alteração. Apenas deixa pistas. «Vamos jogar num estádio muito maior, muito melhor, que nos vai ser cedido pela perfeitura da cidade, e vamos para uma cidade grande, com meio milhão de habitantes, em vez de estarmos numa cidade com apenas 50 mil pessoas».
Pelo caminho o clube vai perder o nome. «Tem de ser, por razões sociais. Faz todo o sentido que mude». Esse é de resto o único ponto que ainda permanece turvo. «De Grémio Esportivo Inhumense deve passar para Grémio Esportivo de Anápolis, ou coisa parecida». O Grémio Inhumense como os portugueses o conheceram, um entreposto que já trouxe jogadores como Jaime, Vandinho, Cleiton, ou Delson, e que teve o momento de glória quando ficou embrulhado nas palavras de João Malheiro que anunciava a transferência de Éder para o Benfica, esse Grémio Inhumense, já tem o fim anunciado.
Mas promete voltar, numa cidade perto dali.