O Conselho Europeu chegou a acordo sobre um pacote de 5 mil milhões de euros para apoio ao investimento em tempos de crise. Portugal vai receber ao todo 102 milhões de euros para aplicar em energia, Internet e desenvolvimento rural até ao final de 2010.

O primeiro-ministro José Sócrates afirmou-se satisfeito com o acordo alcançado entre os líderes europeus. Fazendo um balanço positivo do primeiro dia da «Cimeira da Primavera», que decorre até esta sexta-feira, em Bruxelas, Sócrates saudou também a «boa receptividade» entre os restantes chefes de Estado e de Governo da União Europeia à sua ideia de criação de um foro que permita dar voz a mais países que aqueles representados no G20, escreve a Lusa.

José Sócrates anunciou, à saída do Conselho, «um acordo genérico», que será ratificado hoje, sobre os projectos que serão contemplados no pacote de cinco mil milhões de euros para investimentos em infra-estruturas europeias.

Reforço das ligações entre Portugal e Espanha

O primeiro-ministro apontou que «para Portugal estão já definidos projectos no valor de 102 milhões de euros», sendo cerca de 45 milhões de euros destinados ao desenvolvimento rural e desenvolvimento da banda larga, e cerca de 56 para projectos na área da energia.

No âmbito energético, destacou, «o projecto mais importante» é o reforço das ligações eléctricas entre Portugal e Espanha, um projecto que está a ser desenvolvido pela Rede Eléctrica Nacional (REN), e que «vai ser agora impulsionado por esta comparticipação financeira», de cerca de 50 milhões de euros.

José Sócrates enviara uma carta a líderes europeus a defender a criação um novo «mecanismo multilateral» que envolva mais países do que os representados no G20, na discussão das grandes questões mundiais.

O primeiro-ministro precisou na carta que «organizações como a ASEAN, a União Africana, o MERCOSUL, o Grupo de São José e o CARICOM, o Conselho de Cooperação do Golfo, as estruturas emergentes na Ásia Central e Oriental, entre outros, deveriam ser convidados a participar», precisou o primeiro-ministro português.

«Fiquei muito satisfeito com a boa receptividade que a minha proposta teve», comentou à saída da sede do Conselho Europeu.