A Diretora Geral da Saúde, Graça Freitas, respondeu nesta quarta-feira sobre as questões que a infeção de Cristiano Ronaldo, a viagem do internacional português para Turim e outros testes positivos a Covid-19 no seio da seleção levantaram. 

Sobre a saída de Ronaldo do país, aquela responsável disse que se «aplicam aos jogadores o que se aplica a qualquer cidadão estrangeiro que esteja em Portugal».

Graça Freitas recordou até os casos de José Fonte e Anthony Lopes. «Já sucedeu a três jogadores da seleção, dois que regressaram a França onde têm domicílio e outro que regressa a Itália onde tem o seu domicílio, ou pelo menos um dos seus domicílios. O transporte em condições de segurança fica inteiramente a cargo da pessoa, do doente, que tem de providenciar o seu transporte e, de resto, é tratado como qualquer outra pessoa.»

Assim, disse a Diretora-Geral da Saúde, «uma vez encontrado o transporte, tem de ser submetido a uma avaliação pela autoridade da saúde e seguir determinados trâmites» e acrescentou: «Uma das coisas que as pessoas fazem é assinar uma declaração em como têm o compromisso perante as autoridades de saúde de que vão cumprir o isolamento profilático. Enquanto isso não sucede, nada progride.

Graça Freitas lembrou que «a DGS tal como nos outros países da União Europeia está obrigada a comunicar ao país de destino que esse cidadão iniciou um isolamento profilático em Portugal, neste caso é um período mesmo de confinamento, porque é um caso positivo, e que vai para a sua residência e quando lá chega fica sob vigilância e custódia do país a que se destina».

A responsável sublinhou que «estes procedimentos são internacionais, estão bastante bem tipificados, e os estados-membros estão obrigados a cumpri-los e tanto se cumprem para um cidadão anónimo como para um conhecido».

Seleção e o Governo

Questionada sobre o critério que houve para o Governo, que teve um ministro infetado e outros dois em isolamento profilático, em comparação para a seleção que teve três casos positivos e nenhum outro jogador ou membro do staff isolado, Graças Freitas esclareceu.

«Todos os cidadãos no decurso de inquérito epidemiológico são abordados pela autoridade da saúde, é igual para todos», começou por dizer.

«É feita uma avaliação do risco e essa decorre em dois tempos. Uma preliminar e mais rápida e depois uma minuciosa. Ao longo desta última, vão-se descobrindo contactos de alto e baixo risco, separando as pessoas nestas duas categorias. O inquérito dos jogadores da seleção, de rigor e minúcia ainda não terminou», revelou.

«Mas estas pessoas não estão propriamente na comunidade, estão isolados per si na Cidade do Futebol. Têm as suas bolhas. Se me perguntar se funcionaram, não sei as circunstâncias da infeção e se houve alguma falha, mas estes cidadãos não estão na comunidade. O que quero dizer com isto é que vão ser aplicadas as mesmíssimas regras, sejam jogadores ou não. Se a Autoridade de Saúde achar que há contactos de alto risco, decide-se que ficam em isolamento», afirmou.

Graça Freitas concluiu depois: «Uma coisa diferente para efeitos de competição desportiva e neste caso da UEFA, seguem-se as regras. E como estão numa bolha, o que está definido é que se todos estiverem assintomáticos e todos estiverem negativos, a probabilidade de durante o período de jogo um deles se vir a tornar sintomático e transmissor é infinitamente pequena. Pode ser permitido pelas regras excecionais. Diferente são os 14 dias seguintes, em que aí a probabilidade de um deles que possa ter estado em contacto de alto risco possa vir a desenvolver a doença e infetar outros é bastante maior. São situações que estão bastante bem estudadas, mas todos os cidadãos são tratados de igual forma. Os jogadores estão na Cidade do Futebol e se houver contactos de risco terão de fazer isolamento.»