Perante o reencontro deste domingo entre Manchester United e Liverpool, Erik ten Hag foi conduzido a uma viagem até ao jogo da primeira volta, que marcou um ponto de viragem na equipa. Cristiano Ronaldo foi relegado para o banco de suplentes e jogou apenas quatro minutos nesse dia em que os «red devils» venceram por 2-1 e entraram em processo de estabilização depois de duas derrotas a abrir a época.

«Tenho de ver as consequências, o impacto das decisões, não apenas a curto prazo, como também a longo prazo. Claro que nem sempre tens muito tempo, mas nessa altura lembro-me que tivemos dez dias, por isso deu para considerar qual seria a melhor escolha. Temos sempre de ser estratégicos, pensar a longo prazo. Estou consciente disso, mas esse é o meu trabalho e a responsabilidade que tenho de assumir», respondeu o treinador do Man Utd, citado pela imprensa inglesa.

Cristiano Ronaldo fez mais 13 jogos pelos «red devils», mas só foi titular nos seis da Liga Europa e mais um da Premier League. Em novembro deu uma entrevista polémica, com críticas ao clube e ao treinador, acabou por rescindir antes ainda do Mundial, assinando pelo Al Nassr depois do torneio.

«Tinha razões, que eram óbvias. E também sabia a consequência, sobretudo se o resultado fosse negativo. Isso é sempre possível. Mas não estava preocupado. Durmo bem também nessas noites. Tenho de tomar decisões em prol do clube e da equipa. Esse é o meu trabalho, a responsabilidade que tenho de assume, e defender essas decisões», acrescentou, ainda a respeito do jogo com o Liverpool.

Erik Ten Hag, que impôs a sua autoridade também relativamente a jogadores como Marcus Rashford, Jadon Sancho ou Garnacho, admitiu que «havia falta de disciplina».

«Não tenho de mentir relativamente a isso. Os jogadores de tipo gostam de uma estrutura, e não apenas no campo, pelo que são necessárias regras. Parece-me óbvio que, em qualquer organização que não tenha regras, ou na qual as regras não sejam levadas a sério, vai dar confusão. E era bastante claro que precisávamos dela, pois dava para ver em campo o que se passava», acrescentou.