Johan Cruijjf garante que não deu o aval à contratação de José Mourinho pelo Barcelona e diz que nem sequer foi abordado nesse sentido. No final de uma semana marcada por muitos rumores na imprensa catalã sobre o futuro de Frank Rijkaard e a chegada do treinador português, o antigo técnico do Barça reage com palavras duras.
«O Madrid está a somar pontos a uma velocidade incrível? Verdade. Mas reconhecer-lhes esse mérito não tem que levar implícito menosprezares-te e alimentar rumores absolutamente falsos como o de que eu dei o OK à chegada de Mourinho. Ou que eu estou disposto a dirigir a equipa até ao fim da época», escreveu Cruijjf no seu artigo semanal no jornal «El Periódico»: «Primeiro, porque temos treinador até 2009. Segundo, porque Rijkaard é meu amigo. E não se faz a um amigo tudo o que se tem dito nas suas costas.»
«Magoa-me que seja tão fácil atirar a pedra e esconder a mão. Magoa-me que, mais que o treinador, se tente ferir a pessoa. O que se quer com isto? Que o Rijkaard pessoa pense mal do Cruijjf como pessoa? Conhecendo-o como conheço, estou seguro de que não duvidou nem por um momento, mas ambas as invenções são deploráveis. Porque ninguém me perguntou sequer por Mourinho», insiste Cruijjf.
O holandês baseia o seu artigo na defesa da estabilidade do Barcelona e nas críticas aos que põem a equipa em causa. Defende o facto de o Barça estar vivo em três competições e dá ainda o exemplo do Valência, para defender a continuidade de Rijkaard e questionar a mudança de treinador a meio da época: «O que está a acontecer ao Valência podia acontecer perfeitamente ao Barça se fossem buscar agora um substituto para o Rijkaard. Nesse sentido, não acho a situação do Valência muito diferente do Barcelona. Nem uns nem outros parecem valorizar o que têm até não o terem.»