No dia em que comemora 60 anos vê o Ajax homenageá-lo retirando a camisola 14, que o acompanhou sempre durante a sua brilhante carreira. Johannes Cruijff ou simplesmente Johan Cruyff (versão inglesa) foi considerado pela FIFA com um dos quatro melhores jogadores de futebol do século XX, ao lado de nomes como Pelé, Maradona e Di Stéfano.
Melhor jogador europeu por três ocasiões (1971, 1973 e 1974), marcou 424 golos durante toda a sua carreira, sendo ainda o autor de um dos melhores penalties de todos os tempos.
Foi um dos nomes mais sonantes da célebre «Laranja Mecânica» que chegou à final do Mundial de 74, na Alemanha, um jogo que a equipa de Cruyff perdeu por 1-2 frente à anfitriã. Cruyff deixou a sua marca no jogo ao fazer uma jogada fantástica, tendo sido travado em falta na área alemã. Um lance que colocou a equipa holandesa em vantagem. ( vídeo)
Ao serviço da selecção participou em 48 jogos, tendo marcado 33 golos. Para a história fica a recusa de participar no Mundial da Argentina em 1978, numa medida de protesto contra o governo argentino, devido a violações dos direitos humanos.
É conhecido como um dos símbolos do Ajax, onde com apenas dez anos foi seleccionado entre 300 miúdos para integrar as escolas do clube. Na equipa de Amesterdão, onde esteve durante 11 temporadas, sagrou-se três vezes campeão europeu, conquistou seis campeonatos, quatro Taças da Holanda, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia.
Saiu do Ajax em ruptura com a direcção, por esta ter negociado o seu passe com o Real Madrid. Mas a seu espírito revolucionário levou-o a assinar pelo rival Barcelona, naquela que foi a transferência mais cara do futebol na altura.
Estrela em Amesterdão, ídolo na Catalunha
Ao serviço dos catalães teve uma recepção de autêntico ídolo. E logo na sua estreia não defraudou as expectativas ao marcar dois golos frente ao Granada. Nessa mesma época realizou uma partida extraordinária no Santiago Bernabéu frente ao Real, que o Barça venceu por 5-0. O momento alto do jogo saiu dos pés do avançado holandês, como comprova o vídeo).
Apelidado muitas vezes de «Pelé branco», ficou conhecido pela sua velocidade, pela capacidade de aceleração e de drible, o que pode ser comprovado aqui.
Após ter saído do Barcelona passou três anos nos EUA, onde alinhou no Los Angeles Azetcs e no Washington Diplomats, e jogou uma temporada na segunda divisão de Espanha, ao serviço do Levante.
Quando já tinha anunciado o final da carreira, regressou com 34 anos tendo ainda conquistado o campeonato por duas ocasiões. Surpreendeu depois, aos 37 anos, ao assinar pelo rival Feyernoord, onde conseguiu a dobradinha. Aí ainda foi eleito melhor jogador do campeonato.
Sobre si Valdano disse um dia: «Um dia tomávamos um café em Santander, levantámo-nos e dirigimo-nos para a porta de saída. Ele tentou antecipar-se e abri-la, só que eu fui mais rápido. Mas Cruyff nunca perde. No momento em que agarrei o puxador disse-me Esta abre para fora. E assim converteu-se no autor moral da abertura da porta e conseguiu um empate. Sempre invencível.»
Equipas: Ajax (1964¿1973), FC Barcelona (1973¿1978), Los Angeles Aztecs (1979), Washington Diplomats (1980-1981), Levante (1981), Ajax (1981-1983) e Feyernoord (1983-1984).
Títulos colectivos: Campeão da Holanda (65/66, 67/68, 68/69, 69/70, 71/72, 72/73, 81/82, 82/83 e 84/85), Campeão de Espanha (73/74), Taça da Holanda (69/70, 71/72 e 82/83), Taça de Espanha (77/78), Taça dos Campeões Europeus (1971, 1972 e 1973), Taça Intercontinental (1972) e Supertaça Europeia (1973).
Títulos Individuais: Bola de Ouro (1971, 1973 e 1974) e Melhor jogador holandês (1983 e 1984)