Daniel Fernandes impressiona pela estatura. Tem 1,93 metros e pesa 99 quilos. Fala um português mastigado. Nasceu no Canadá e só aos 16 anos contactou com a realidade lusitana. Mas sente-se português. Aliás, tem dupla nacionalidade. O guarda-redes do PAOK podia ter pela frente um desafio complicado quando chegou à Grécia, em Janeiro, para a mais recente aventura da sua carreira, depois de ter estado no F.C. Porto e no Celta de Vigo. Puro engano.
Mas a pergunta é pertinente: como é expressar-se numa língua bem diferente da sua? «Por incrível que pareça, acho que é ainda mais fácil compreender grego do que português». Porquê? «Não sei bem explicar, mas sinto isso. Já estou preparado para aprender línguas novas. Quando cheguei a Portugal mal falava português. Cada vez me sinto mais preparado para novos desafios».
As dificuldades de Daniel Fernandes têm a ver com a expressão. «Compreendo bem o que os gregos dizem, mas sinto dificuldades em dizer algumas palavras. Ainda não falo muito bem, mas é normal. São os meus colegas que me vão ensinando. Dizem-me em inglês, eu interiorizo e depois arrisco. As pessoas aqui são muito simpáticas». Esse tem sido um dos trunfos da sua adaptação.
Para já, não sentiu o choque cultural de formas de vida bem diferentes. «Para mim é normal aprender uma língua nova e estar num país com outro tipo de cultura. Um jogador de futebol tem de estar preparado para isso. É difícil deixar a família, essa é a parte mais complicada, mas sinto-me muito bem na Grécia e não tive problemas em adaptar-me a uma cidade com um ritmo mais intenso».