Gonçalves Pereira interpôs, nesta quarta-feira, duas providências cautelares para suspender a eficácia das «decisões» tomadas na reunião de sexta-feira. O presidente do Conselho de Justiça da Liga (C.J.) afirmou que não está em causa o seu posto, negando a legalidade da sua suspensão. Fica, no entanto, por garantir se as alterações entram ou não em vigor antes do ínicio dos cameponatos.
As providências cautelares têm por objectivo «a suspensão imediata das decisões tomadas na 'reunião', após a real reunião do C.J.», de acordo com Gonçalves Pereira. «Foi um mero encontro de conselheiros sem efeitos jurídicos, por isso, interpus as providências para que a Liga e a Federação de abstenham de qualquer acção, pois são manifestamente nulas», explicou o presidente do C.J..
Se existissem dúvidas quanto à sua permanência no cargo, Gonçalves Pereira fez questão de as dissipar: «Eu sou o presidente do C.J., em pleno e legítimo exercício das minhas funções». Os conselheiros não têm poder para suspender o presidente, defende: «Lamento o que aconteceu depois de eu dar por terminada a reunião, pois foi extremamente negativo e lesivo para a imagem do futebol português, até para a própria UEFA.»
«Parece que óbvio que me perseguem»
Apesar do ambiente complicado que ressalta para o exterior, Gonçalves Pereira afirma que podem ser criadas condições para que o C.J. se reúna, desde que exista serenidade, negando que seja um alvo abater: «Não me sinto apunhalado, estou é desiludido. Parece óbvio que me perseguem. Sou uma pessoa determinada, não me deixo intimidar e sigo um percurso rectilineo na busca da legalidade»
Quanto à nomeação de Freitas do Amaral, o presidente do C.J. admira o jurista e não tem dúvidas de que o mesmo vai dar uma opinião semelhante às diversas ouvidas, como é o caso de Marcelo Rebelo de Sousa.
Gonçalves Pereira afirma não ter falado com nenhum dos cinco conselheiros que integraram a reunião. «Não falei com nenhum conselheiro, nem ninguém falou comigo, mas um dos conselheiros disse-me que não tinha nada contra mim, mas .... e só ele é que sabe o que quer dizer o mas», destacou o advogado.
O presidente do C.J. defende que o supremo tribunal do futebol português rege-se por leis muito arcaicas, mas acredita que vai receber uma resposta favorável por parte dos tribunais civis. «Tenho certeza da justeza da atitude que tomei e acredito nos tribunais, por isso, tenho a certeza de vai ser favorável», finalizou Gonçalves Pereira.