O Hull City estreou-se há dois meses na Premier League e, ao fim de nove jornadas, está a três pontos da liderança, com tantos pontos como o Chelsea e à frente do Manchester United. Um dos rostos da proeza da equipa sensação em Inglaterra é um rosto bem conhecido dos portugueses. Geovanni, ex-jogador do Benfica, explica os motivos para o sucesso do Hull.
«Pelo que vivi até agora, acho que a chave tem sido o balneário. O ambiente é sensacional. Apesar de nos considerarmos uma equipa muito ofensiva, no relvado somos uma equipa muito equilibrada», conta Geovanni, numa entrevista ao jornal espanhol Marca, na véspera do confronto com o Chelsea e quando já se fazem apostas sobre se a equipa de Scolari será a próxima «vítima» londrina do Hull, que já venceu o Arsenal, o Tottenham, o West Ham e o Fulham.
«Onde quer que vamos, como quando jogámos com o Arsenal no Emirates, jogamos com três avançados. Também temos muitos jogadores ingleses e quando é preciso defender todos honramos a alcunha do clube (os tigres)», prossegue o jogador brasileiro.
Geovanni chegou ao Hull depois de uma época no Manchester City e rapidamente se tornou uma das referências da equipa. Foi seu o primeiro golo de sempre do clube na Premier League e já marcou ao todo quatro tentos. As razões para o bom momento, defende, têm a ver com a posição que ocupa agora em campo. «Pela primeira vez desde que cheguei à Europa jogo no apoio ao ponta-de-lança, que é a posição onde sempre quis jogar. Isso ajuda-me muito», explica, encontrando outra justificação para os golos: «Além disso, cobro todas as faltas. Por isso acho que posso marcar muitos mais golos até final da época.»
Facilmente se percebe que Geovanni está feliz, aos 28 anos e depois de uma longa caminhada desde que deixou o Cruzeiro, em 2001, rumo ao Barcelona. «Desde que cheguei à Europa vivi momentos felizes, mas este é especial», constata, antes de recordar a passagem pelo Barcelona, onde chegou com o estatuto de contratação milionária e nunca se impôs.
«Tenho muito carinho pelo Barcelona. Às vezes, quando sais de um clube e não jogaste muito, falas de mais. Eu aprendi muito no Barcelona e agradeço a Rexach. Graças a isso sou hoje melhor futebolista», afirma, antes de recordar também o Benfica, onde jogou entre 2003 e 2006, primeiro por empréstimo do Barça e depois a título definitivo: «É um orgulho olhar para trás e estar consciente de tudo o que aprendi também na minha passagem pelo Benfica e pelo Manchester City.»