André Mandeiro foi jogador do Alverca nas camadas jovens, e viveu o percurso descendente da equipa sénior do clube. Não chegou a jogar pelos seniores, porque foi emprestado no primeiro ano no escalão, e mais tarde acabou por sair revelando, porém, que tudo o que se passou ajudou-o a compreender a «realidade do futebol» e a crescer como pessoa. Foi campeão nacional de juniores na temporada de 2001/2002, suplantando Sporting, Benfica e Porto. Já passou por clubes como Lourinhanense, Fátima e Carregado, e hoje em dia joga no Odivelas.
«Quando foi a fase de queda do Alverca, em que eles desceram para a segunda divisão e depois não continuaram, eu já estava no Carregado. Antes disso é que estive na Lourinhã emprestado pelo Alverca. Pelo que eu me apercebi os ordenados do plantel sénior eram muito altos para a realidade do clube, com jogadores a ganharem cerca de 15 mil euros por mês. Tinham jogadores como o Torrão, o Veríssimo, o Marco Almeida, e com certeza que os ordenados não eram baixos. A saída do Luís Filipe Vieira, a venda do Mantorras e a má gerência foram coisas que contribuíram para a queda do Alverca», recorda.
André, no entanto, revelou que enquanto jogador júnior, a «crise» passava sempre ao lado e nunca se sentiu «afectado» com a situação, até porque os resultados desportivos eram bons: «Fomos campeões nacionais de juniores e estávamos sempre presentes nas fases finais da competição a lutar com o Sporting e o Benfica.»
«Naquela fase eu não conhecia a realidade do futebol e isto tudo ajudou-me a compreendê-la. Comecei a conhecer e a não acreditar em clubes que pagam muito mas que depois não pagam a horas. Mais vale os clubes pagarem menos, mas pagarem certinho e tanto financeiramente como desportivamente isso influencia o comportamento dos clubes porque os jogadores quando não recebem não jogam da mesma forma», disse, sem rodeios, em entrevista ao Maisfutebol.