É provável que a derrota do FC Porto em casa, perante o Benfica, reabra a discussão: esta equipa pode devolver o título de campeão ao clube? E faz sentido que assim seja.

Até agora, Lopetegui conseguiu um resultado muito bom; apurou-se com eficiência na Liga dos Campeões, o que não é pouco. Quanto ao resto, duas derrotas muito duras. Em casa com o Sporting, e custou a Taça de Portugal. Em casa com o Benfica, e complicou o campeonato. 

Este domingo, frente ao Benfica, o FC Porto não teve a eficácia de Jackson, que muita coisa resolveu em outras noites: em três ocasiões, uma foi parada por Júlio César, as outras embateram nos ferros. E teve os erros a defender que durante uma fase da época foram cartão de visita. Sofreu um incrível golo de lançamento lateral e foi incapaz de impedir que um remate de longe de Talisca originasse o 2-0.

A equipa teve bola, foi capaz de a circular, às vezes com beleza. Mas não foi capaz de ativar Oliver e Brahimi, entalados entre Enzo, Salvio e Maxi Pereira. E teve durante tempo de mais Tello em campo, para mim o pior jogador do FC Porto. O jovem espanhol voltou a atingir um nível de individualismo que é preocupante. Alguém tem de lhe explicar que assim nem sempre funciona. Num clássico frente a uma equipa experiente como a do Benfica, jogadores como Quaresma e Maicon (nem sequer foi utilizado) talvez fossem opções a ter em conta no onze inicial.

O FC Porto rematou muito mais ( 17 contra apenas cinco do Benfica), mas isso talvez não autorize o entusiasmo de Lopetegui no final do jogo, ao afirmar que a sua equipa foi «muito, muito superior». Mais do que ser superior, igual ou ligeiramente inferior, o treinador do FC Porto precisa de conseguir depressa algo que lhe escapa e que é, afinal, aquilo que realmente interessa: vencer um grande em Portugal.

NOTA: para os adeptos do FC Porto que têm fé, esta terá sido a única notícia agradável da noite. O treinador acredita.