Uma substância contida num medicamento para a queda do cabelo, o Propecia (feito à base de finasterida), está na origem da análise antidoping positiva ao jogador de basquetebol do Benfica, António Tavares. Em comunicado divulgado esta sexta-feira, o clube encarnado vem assumir a defesa do jogador, atribuindo o sucedido a «uma falta grave» do médico responsável pelo acompanhamento da equipa profissional de basquetebol, Amílcar Miranda, que desconhecia a entrada do Propecia na lista de substâncias proibidas.
Assumindo que os controlos positivos ocorreram a 8 de Dezembro, após o jogo com o Ginásio Figueirense, e a 27 de Dezembro, durante um treino da equipa, o Benfica acrescenta que a contra-análise foi efectuada a 5 de Fevereiro, confirmando o resultado positivo.
Segundo o comunicado, o jogador agiu sempre correctamente, informando tanto o médico do clube como o médico responsável pelo controlo antidoping de que estava a tomar Propecia. Lembrando que António Tavares já foi submetido a diversos controlos ao longo da carreira, o Benfica assume a defesa do basquetebolista, sustentando que «o uso desta substância não teve a intenção de alterar a verdade desportiva resultando apenas de uma falta de informação que não pode ser imputada ao jogador».
Eis o comunicado na íntegra:
«No seguimento das notícias vindas hoje a público relativas aos controlos anti-doping efectuados ao jogador de basquetebol, António Tavares, a Direcção do Sport Lisboa e Benfica (SLB) informa:
1) O jogador António Tavares teve um controlo de doping no dia 08 de Dezembro de 2006 no jogo da Liga de Basquetebol, Ginásio-Benfica, realizado na Figueira da Foz;
2) No dia 27 de Dezembro de 2006 o jogador voltou a ser objecto de novo controlo durante um treino nas instalações do Benfica. Questionado pelo médico da brigada de controlo anti-doping se estava a tomar algum medicamento, o jogador respondeu afirmativamente referindo que tratava a queda do cabelo com o Propecia;
3) No dia 31 de Janeiro de 2007, o SLB recebeu a notificação do resultado positivo da análise, informando o jogador de imediato, o qual suspendeu a participação em todas competições;
4) Em 05 de Fevereiro de 2007 foram realizadas as contra-análises no Laboratório de Análises e Dopagem com a presença do jogador, um dirigente do Clube e um perito nomeado pelo Benfica. O resultado da contra-análise confirmou a existência da substância tendo o Benfica sido informado posteriormente desse mesmo resultado;
5) Quando o jogador iniciou o referido tratamento capilar, solicitou autorização prévia ao médico responsável pelo acompanhamento da equipa profissional de basquetebol, tendo a referida autorização sido concedida;
6) O referido médico desconhecia a entrada do medicamento na lista de substâncias proibidas, resultando daí uma falta grave que já foi assumida perante o jogador e esta Direcção;
7) O jogador António Tavares, atleta cujo prestígio é do conhecimento público de todos os amantes da modalidade, foi objecto de um conjunto alargado de análises anti-doping ao longo de toda a sua carreira, nunca lhe tendo sido detectada qualquer substância proibida;
8) Contrariamente ao que foi veiculado pela imprensa desportiva durante o dia de hoje, a substância em causa não é um produto dopante, entrando sim na categoria dos agentes ditos ¿mascarantes¿.
Em presença dos factos atrás anunciados, a Direcção do SLB considera que o uso desta substância não teve a intenção de alterar a verdade desportiva resultando apenas de uma falta de informação que não pode ser imputada ao jogador.
A Direcção do SLB continuará a acompanhar este processo com rigor, desejando que todos os intervenientes se abstenham de quaisquer intervenções públicas que possam prejudicar e influenciar o apuramento da verdade.»